PDT fecha questão contra ‘impeachment’

Por unanimidade, o Diretório Nacional do PDT fechou questão nessa sexta-feira (22/1) contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e pelo afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara – decisão que obriga os parlamentares do PDT a seguirem a determinação do partido quando as duas questões forem à votação no Congresso. O diretório também aprovou o lançamento de candidatura própria à presidência em 2018 e, no final da reunião, todos cantaram o verso do Hino da Independência preferido de Brizola: “Ou ficar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil”.
“Não vamos ficar esperando o resultado de pesquisas para nos posicionarmos sobre o impeachment e o afastamento de Cunha”, destacou o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, em coletiva ao final da reunião, frisando que os parlamentares que não obedecerem à decisão do diretório ficarão sujeitos a sanções previstas no Estatuto. O plenário do Diretório Nacional referendou posição que a Executiva já assumira em dezembro.
O PDT é o primeiro partido a fechar questão sobre o processo de impeachment da presidente, iniciado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que voltará a ser discutido tão logo termine o recesso de final de ano do Congresso Nacional, em fevereiro.
A direção do PDT se reuniu em Brasília, na sede nacional do partido, por dois dias, para discutir o momento político do Brasil, as eleições municipais e a formação de novos quadros partidários, através da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini. E também a candidatura própria a presidente, em 2018.
Além dos integrantes da Executiva Nacional, participaram do encontro parlamentares da Câmara e do Senado, dirigentes estaduais, presidentes das seções estaduais da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini e, ainda, os integrantes do Diretório Nacional.
Convidada, a presidente Dilma Rousseff compareceu à reunião do Diretório Nacional do PDT realizada na manhã desta sexta, que contou também com a presença dos líderes do partido na Câmara, Deputado Weverton Rocha (MA), e no Senado, Acir Gurcaz (RO).
A presidente comparou a discussão sobre impeachment de seu mandato à crise política enfrentada em agosto de 1954 pelo então presidente Getúlio Vargas – que precisou dar um tiro no coração e escrever a Carta Testamento para vencer, politicamente, aos setores de direita que pretendiam derrubá-lo.
O processo contra Vargas tem relação com o que acontece hoje no país.
“O impeachment que tentaram impor a Getúlio Vargas foi prenúncio do que está acontecendo agora. Um governo federal pode e deve ser julgado e criticado. Mas um governo federal não pode ser objeto de um golpe por razões que eles chamam de políticas, mas que não são porque não há nenhuma base para um impeachment. Eles sabem disso e não ligam. Também não gostam de ser chamados de golpistas, mas são”, disse.