A inflação mediana prevista pelos consumidores brasileiros para os próximos 12 meses fechou abril em 10,7%, recuando 0,4 ponto percentual em relação a expectativa de março último, que era de 11,1%. Este é o segundo recuo consecutivo do indicador, depois de 13 meses de altas.
Os dados foram divulgados hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Vargas (Ibre-FGV). A retração está em consonância com a conjuntura econômica atual, em franca desaceleração, e também com as medidas de ajuste adotadas pelo governo para frear a alta dos preços, informa o Ibre.
Para o economista da FGV, Pedro Costa, o indicador encerrou abril com redução. “Está importante queda no indicador de expectativa de inflação por parte dos consumidores está em sintonia com as políticas adotadas pelo governo para controlar a inflação e com a atual conjuntura de desaquecimento da economia.”
Para ele, o resultado também corrobora com as previsões e os diagnósticos feitos anteriormente, “que, após o aumento concentrado dos preços administrados no primeiro trimestre, as expectativas de alta da inflação se arrefeceriam” nos meses seguintes.
A pesquisa da FGV mostra desaceleração das expectativas de inflação em todas as classes de renda, embora a faixa de renda mais baixa continue prevendo a inflação mais alta para os 12 meses seguintes: 11,2%.
O intervalo que prevê a variação da inflação futura, entre 10% e 12%, continua sendo o mais citado pelos consumidores, “mas houve redução da frequência de citações nesta faixa, que recuou de 31,3% do total para 28% entre fevereiro e março.