Justiça ouve réus acusados pela morte do odontólogo Clebinho.Caso do Homicídio ocorreu na época na região do Bico do Papagaio-TO.

Terminou as 12h40 desta quinta-feira, 2, a audiência de interrogatório dos três principais réus acusados pela morte do odontólogo Cleber Pereira Guedes, sequestrado em sua residência, onde também funcionava seu consultório odontológico, no sábado, 07 de março de 2015 e nesta mesma noite teria sido executado com três tiros às margens da rodovia transamazônica (BR-230), no município de Araguatins.

A audiência ocorreu no auditório do Fórum da Comarca de Augustinópolis, presidida pelo juiz Jefferson David Asevedo Ramos, com a presença dos promotores Paulo Sérgio Ferreira de Almeida e Elizon de Sousa Medrado e dos advogados dos réus.

Ao todo, quatro pessoas são acusadas pelo crime, mas um identificado como Carlinho está foragido. Os demais são Manoel Fabricio Teles Pereira, suposto mandante, Antônio Mendes Nonato ( o Loucão), provável executor e seu primo, Estevão Emilio Castro, que seria o intermediador. Os três foram presos pela Polícia Civil em momentos e locais diferentes em menos de quinze dias após o crime.

Audiência

O primeiro a ser ouvido foi Antônio Mendes Nonato, respondendo primeiro as indagações do magistrado, seguido dos membros do Ministério Público e por fim dos três advogados. Loucão, que é foragida da justiça do Maranhão, onde teria cometido homicídio na cidade de Balsas, foi preso em Aparecida de Goiânia, negou repetidas vezes que teria sido o raptor e autor da morte do odontólogo Clebinho, como a vítima era por muitos tratado em Augustinópolis.


Antônio Mendes, o Loucão, é ouvido pelos advogados

Também disse não saber a razão pela qual seu primo Estevão Emílio o aponta como executor do crime. Quanto ao local onde o corpo do odontólogo foi encontrado, diz que ficou sabendo por intermédio da polícia. Assume que possuía armas, mas para sua defesa e pelo fato de ser foragido. Indagado se se arrepende de algo, respondeu que não, “por não ter nenhuma vinculação com o crime que lhe é imputado”. Por fim, disse que não é pistoleiro, que nunca matou por dinheiro e que teme pela sua vida na cadeia, onde já foi ameaçado de morte e queimado com água quente por outros detentos.

Acusação

Estevão Emilio Castro foi o segundo a ser ouvido. É o único que assume saber do fato. Contou que Loucão veio para Augustinópolis para cobrar do odontólogo um débito que teria com agiota do Pará. Conforme a versão contada durante a audiência, seu primo junto com um tal de Carlinho teria no dia 7 de março de 2015 “montado campana” na porta da casa da vítima, o teria sequestrado em seu carro, um Golf, levado para Araguatins e executado com três tiros.

Ainda conforme sua versão, Loucão teria dito que recebera parte da dívida em dinheiro, algo em torno de R$ 10.000,00 (dez mil reais) e o carro Golf, e combinado com o próprio para levar o carro para Parauapebas/PA, serviço pela qual receberia R$ 1.000,00 (mil reais). Lá chegando ajudou na venda do veiculo pelo valor de R$ 13.000,00 (treze mil reais). Foi quando, via mensagens de WhatsApp e teria ficado sabendo do sumiço da vítima. Ao saber disso foi tomar satisfação com seu primo, que teria lhe contado o ocorrido, já com outra versão, lhe dado mais R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para fugir para o Rio Grande do Sul, onde têm parentes.

A segunda versão inclui Manoel Fabrício como mandante do crime, pelo fato deste suspeitar que sua companheira teria tido um relacionamento com a vítima. Pelo “serviço” teria recebido uma parcela de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) como sinal e uma segunda após o crime.

Inocente

O terceiro réu preso e o ´último a ser ouvido, Manoel Fabricio, disse o tempo todo que é vítima de uma armação, que jamais teve qualquer contado direto com a vítima, exceto por uma mensagem de WhatsApp, em 2014, quando Clebinho teria assediado sua então companheira, Ana Paula Guimarães Maranha Silva, e teria cobrado respeito com mulher casada. Com relação a Antônio Mendes Nonato e Estevão Emilio Castro, garantiu que veio conhecê-los após sua prisão.

Passado esta fase o juiz deve marcar a data do julgamento dos réus.


Manoel Fabrício diz que não tem nenhum envolvimento no caso e não conhecia a vítima e nem os outros acusados