Peixe é flagrado dentro de uma água viva.

Fotógrafo australiano encontra uma cena inusitada: um peixe de olho arregalado observando o mundo por trás da janelinha de uma água-viva transparente

O mar é mesmo cheio de surpresas. Prova disso são os dois clics do fotógrafo australiano Tim Samuel, que repercutiram no mundo tudo. Tim estava mergulhando na beira da praia na cidade de Byron Bay, na Austrália, quando viu um peixinho alaranjado. Até aí, tudo normal. O louco é que o peixe estava do lado de dentro de uma água-viva.

Fotógrafo de natureza experiente, Tim saiu batendo suas nadadeiras em perseguição ao inusitado duo. Não foi fácil: o peixe nadava rápido e ia empurrando a água-viva pelo mar. A maioria das fotos ficou fora de foco. Esta aqui até que ficou boa:

Peixes vivos não deveriam ir parar dentro de águas-vivas. Esses estranhos seres gelatinosos possuem uma boca pequena, localizada em meio aos tentáculos, adaptada para capturar plâncton microscópico. Esta devia ser uma água-viva especialmente bocuda, que calhou de encontrar um peixe especialmente xereta. Segundo o biólogo marinho Ian Tibbetts, da Universidade de Queensland, entrevistado pela Australian Geographic, o peixinho parece ser um filhote de xaréu, uma espécie imune aos tentáculos da água-viva, que gosta de se esconder no meio deles. Parece que esse foi longe demais.

Seu erro pode ter sido o último. Águas-vivas possuem um sistema digestivo bem simples, composto de uma só câmara que faz o papel de estômago e intestino: solta enzimas que digerem o alimento e em seguida absorve os nutrientes. As enzimas não são muito potentes, já que geralmente só têm que lidar com alimentos microscópicos, mas o peixinho não deve durar muito tempo vivo lá dentro. A não ser que encontre o caminho de saída, que vem a ser o mesmo por onde entrou: a boca das águas-vivas também faz papel de ânus.