Riachos que cortam a cidade estão desaparecendo; construções irregulares devem ser coibidas rigorosamente pelo meio ambiente.
Imperatriz – O jornalista e ambientalista Domingos Cezar Ribeiro, diretor da Fundação Rio Tocantins – memorial do pescador, participou na manhã desta quarta-feira (17) de uma “Tribuna Popular” no plenário da Câmara de Vereadores para alertar sobre a necessidade de preservação do meio ambiente em Imperatriz.
Em 1963, período que chegou a Imperatriz, ele citou que costumeiramente banhava e pescava no riacho do Meio, um dos afluentes do rio Tocantins, bem como a grande quantidade de peixes que existiam nos riachos Bacuri, Cacau e Capivara.
“O riacho Cacau está praticamente com seus dias contatos, pois está morrendo por falta de preservação ambiental”, alertou Domingos Cezar ao solicitar providências não apenas ao poder público, mas a sociedade imperatrizense para lutar pela conservação dos riachos que cortam a cidade.
Ele também considera importante que os órgãos de fiscalização coíbam rigorosamente a construção de imóveis nas margens do rio Tocantins, bem como nas imediações dos riachos que passam pelos bairros de Imperatriz. Outro agravante apontado por Domingos Cezar é a construção de usinas hidrelétrica no eixo do rio Tocantins.
O ambientalista observa ainda que a derrubada das matas ciliares nas regiões do baixo e do alto rio Tocantins é um fato preocupante e deve ser alvo de atenção dos órgãos de fiscalização do meio ambiente dos estados do Maranhão e Tocantins.
“Entreguei o projeto de degradação denominado ‘Alerta, Rio Tocantins! à Academia Imperatrizense de Letras (AIL) que editou um livro [2 mil exemplares] em linguagem popular distribuído à comunidade ribeirinha, isto em 2007, conscientizando-os sobre a necessidade de preservar o rio Tocantins”, disse.
Domingos Cezar lembrou que na gestão da ex-governadora Roseana Sarney e do então secretário de Estado de Meio Ambiente (SEMA), Washington Rio Branco, instalaram na época a diretoria regional de Meio Ambiente, órgão ligado a SEMA.
“Essa iniciativa foi um grande passo, cujo primeiro diretor foi o advogado Daniel Macedo, porém não teve atuação desejada, pois entendo que esses diretores e técnicos precisam sair de seus gabinetes para conhecer in loco os problemas ambientes no rio Tocantins.
Domingos Cezar lamentou a decisão do governador Flávio Dino que resolveu transformar a diretoria regional da SEMA em um “quiosque” de atendimento em um shopping center em Imperatriz.
“Esse quiosque serve apenas para arrecadar licenças ambientais; pois se a pessoa tem uma empresa e precisa de uma licença ambiental basta procurar esse quiosque e fazer o que quiser, pois não existe nada de fiscalização e de preservação ambiental em Imperatriz e na região Tocantina. É um absurdo!”, concluiu.
Foto: Fábio Barbosa
Legenda: Ambientalista Domingos Cezar durante “Tribuna Popular” pede socorro para preservação do rio Tocantins