Dizia o Alexandre Dumas que “há favores tão grandes que só podem ser pagos com a ingratidão”. Na manhã deste sábado (03), o prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB), provou que o romancista francês tinha razão.
Com índices de rejeição na casa dos 70%, o tucano virou a metralhadora contra o governador Flávio Dino (PCdoB), enciumado porque o comunista subiu o palanque de Rosângela Curado (PDT).
“Votamos em massa no governador Flávio Dino, com toda a liberdade. Imperatriz se orgulha desta autonomia, desta coragem. Se não fosse essa coragem, nós não teríamos votado nele. Teríamos votado no Edinho Lobão, pois a governadora era Roseana Sarney, e ela pressionou para que se votasse no candidato dela. O povo de Imperatriz é livre, vota sem cabresto”, afirmou o gestor em um grupo de WhatsApp.
Pela lógica de Madeira, o governador tornou-se ingrato ao vestir a camisa da candidata pedetista à prefeita. É o pagamento dele pelo socorro que tem recebido do Governo do Estado.
Dino não precisa provar que seu zelo por Imperatriz independe dos interesses políticos-eleitorais de Madeira. São milhões investidos na segurança, saúde, educação, infraestrutura e saneamento. Ao contrário dele, o governador apresenta índices de aprovação que beira os 80% em toda a Região Tocantina. Basta perguntar a qualquer imperatrizense.
O que o comunista faz hoje pela candidatura de Rosângela é muito menos que o saudoso Jackson Lago (PDT) fez para eleger Madeira em 2008. Dino apenas mostrou sua preferência como cidadão e correligionário. Lago, como fiel aliado que era, literalmente tomou para si a eleição do boquirroto tucano.
Por sinal, Madeira também fez sua escolha em Imperatriz dentro de uma lógica de alianças político-partidárias. Nada mais natural, democrático e adequado para o período. Todavia, ele não poderia deixar de exercer a sua peculiar ingratidão, da qual Jackson, Roseana e Luis Fernando Silva já foram vítimas.