A doença celíaca é uma reação do sistema imunológico à ingestão de glúten, proteína encontrada no trigo, na cevada, no centeio e no malte. E há várias possíveis causas: genética, deficiências nutricionais, pouco tempo de aleitamento materno, estresse, alterações na microbiota intestinal… Nesse último caso, o da flora, é onde os antibióticos entram em cena. É que o uso excessivo desses remédios pode alterar a composição da microbiota, diminuindo a quantidade de bactérias do bem e levando à presença exagerada de micro-organismos maléficos.
“Eles causam inflamação e aumentam a permeabilidade intestinal”, comenta Juliana Crucinsky, nutricionista e consultora técnica da Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra). “Isso contribui para o contato do glúten com as células de defesa presentes no órgão, incitando o surgimento de reações contra essa proteína”. É aí que mora o perigo: esse estímulo exagerado das nossas defesas pode destruir a mucosa intestinal, levando ao quadro característico da doença celíaca, ou seja, inflamação e má absorção de nutrientes. Quando o problema se instala, o glúten é completamente proibido na dieta – e ainda não há cura para a situação. Mas dá para seguir uma vida normal, com dieta equilibrada e, claro, sem rastros da proteína.