No dia 1° os prefeitos eleitos na última em 2 de outubro de 2016 tomaram posse, e alguns receberam de seus antecessores uma herança não muito auspiciosa. Entre salários atrasados, fornecedores sem receber, peças de veículos municipais surrupiadas e obras inacabadas que trarão dores de cabeça, estão os inúmeros problemas que os novos gestores terão que solucionar, fazendo do impossível o possível para mostrar que foram merecedores dos votos que receberam.
O caos administrativo que os gestores encontraram nessas prefeituras, de início, impossibilitará uma boa gestão. Serão meses até que a casa seja posta em ordem, e olhe lá. Na rabeira de uma crise econômica intensa que assola o Brasil, os gestores dos municípios do extremo norte tocantinense, também conhecido como Bico do Papagaio, fizeram, com algumas exceções, uma péssima administração. Mas dá para pôr a culpa somente na crise? Não! Além da crise, que é real, há também uma falta de gestão dos recursos públicos. A crise por si só não acarretaria tantos males para a imagem do gestor e para a população em geral, mas ela é acentuada quando o gestor, mesmo sabendo de sua existência, continua gastando mais do que arrecada.
Esses são os municípios onde gestores deixaram uma cidade pior aos seus sucessores.
São Sebastião
Segundo informações, o atual prefeito, Professor Adriano (PT), foi obrigado a usar a força e arrombar a porta da prefeitura para iniciar seus trabalhos como gestor daquela cidade, tendo em vista que o ex-prefeito, Edvaldo Barbosa (PMDB), sumiu com a chave, e a única opção que lhe deixou foi meter o pé, literalmente, na porta da prefeitura para adentrar no recinto.
O município se encontra em atrasos com funcionários (que é um mal que atinge muitos municípios biquenses) e fornecedores, e a limpeza pública não vinha sendo muito eficiente com o lixo se espalhando pela cidade. Problemas administrativos que foram herdados da gestão antecessora.
Buriti
O prefeito Borjão (PV) pegou uma cidade destroçada: obras inacabadas, que foram alvos de duras críticas por parte do mesmo feitas em vídeo divulgado aqui no portal Voz do Bico. São essas as obras que são a causa da indignação do pevelista: posto de saúde, feira coberta, creches e escolas que a ex-prefeita, Rubia Amorim (PSD), não concluiu, e que representarão um desafio para o atual prefeito. São recursos adquiridos que, segundo Borjão, não foram empenhados sequer 50% em nenhuma das obras, significando má gestão desses recursos adquiridos pelo município.
São Miguel
No município anteriormente chefiado por Dino (PSD), a realidade dá conta de uma bagunça generalizada na prefeitura. São carros escolares sucateados, peças e baterias de automóveis do município que foram saqueadas, contas atrasadas com fornecedores e companhia energética e várias obras inacabadas deixadas para a atual prefeita Elisângela (PR), que está entrando com a tarefa de arrumar uma casa, que podemos chamar de “casa-da-mãe-Joana” tamanha é a desorganização encontrada.
A frota de veículos é um problemas em quase todos os municípios; em S.Meguel estava uma das piores.
Araguatins
O Prefeito Cláudio Santana (PMDB) entrou no seu primeiro dia com o salário de novembro e o 13° dos funcionários em atraso. A cidade, que sofreu com diversos problemas nos últimos quatro anos, como inadimplência, atrasos nos vencimentos de servidores e condução coercitiva do prefeito, vive uma intensa crise financeira, e caberá ao novo gestor o desafio de colocá-la nos trilhos.
Sampaio
A cidade sofre de um sucateamento da máquina pública. Os prédios públicos estão em completo estado de deterioração, como escolas, o prédio da prefeitura e outros mais que se encontram em total abandono; além da creche que foi construída r inaugurada, mas nunca utilizada. Os veículos do município, assim como os prédios, se encontram em abandono e inutilizado. O prefeito Armindo Cayres (PR) tem a dura missão de reestruturar toda a máquina pública.
Praia Norte
Ho-Che-Min (PMDB) encontrou a prefeitura de Praia Norte com salários de funcionários da educação e de outras categorias em atraso. Levado pela insatisfação popular com antigo prefeito e seu pai, que também era secretário de administração, o novo gestor tem a tarefa de colocar as contas em dia e acertar os meses de novembro e dezembro, além do 13º salário, com o funcionalismo.
Augustinópolis
A terceira maior cidade da região também tem seus problemas, menores que outras cidades da região. Obras em andamento e ônibus escolares precisando de manutenção. Sem contas a pagar, pelo menos não divulgadas; folha de pagamento em dia, mesmo assim o prefeito Júlio Oliveira (PRB), aliado da antiga gestora, terá a dura missão de superar todas as expectativas e concluir as obras que Deija (DEM) não conseguiu concluir nos quatro anos que lhe foram confiados, além de colocar as já terminadas em funcionamento, como é o caso das duas creches já concluídas nos bairros Boa Vista e Santa Rita e a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA).
Esperantina
Apesar de passar por um imbróglio administrativo nos quatro anos passados, a cidade de Esperantina, que anteriormente estava sob o comando do professor Bina (PRB), sofre mais de uma crise moral que financeira. O município, mais uma vez chefiado por Doutor Armando (PP), não registra atrasos no funcionalismo ou com fornecedores. Uma das poucas cidades na região em que o prefeito terá uma certa tranquilidade para iniciar a sua gestão.
Axixá
Axixá sofreu com atrasos e paralisações durante os quatro anos de Auri-Walange (PRB). O ex-prefeito deixou para Damião Castro (PMDB) uma cidade com carros sem condições de rodagem e os mesmos problemas na máquina pública encontrados em Sampaio. Não se registra atrasos em vencimentos para o funcionalismo, e o 13° foi pago.