Começou a ficar bom! Oposição e governo acirram debates na Câmara de Imperatriz

Oposicionistas cobram ação do governo; base aliada diz que

tempo é curto para cobranças e pede tempo.

Oposicionistas e a base parlamentar de apoio ao prefeito Assis

Ramos travaram os primeiros embates no Plenário da Câmara de

Vereadores na sessão desta terça-feira, 7. Vereadores da

oposição cobraram medidas urgentes do prefeito em saúde e

infraestrutura. Governistas argumentaram ser ainda cedo para

avaliar o governo em apenas 37 dias de gestão.

“A cidade pede socorro. Até agora o Orçamento não se abriu, e o

governo entrou em fevereiro sem uma licitação sequer, não

existe qualquer licitação. A situação me preocupa muito. Sinto

que até os vereadores mais próximos do governo e o líder do

governo, começam também a ficar preocupados. Precisamos

mais de ações práticas do que boa vontade”, discursou o

vereador Alberto Souza, líder da bancada do PDT.

O vereador João Silva (PRB), um dos mais experientes da Casa e

ex-líder do governo passado, também foi em enfático em suas

colocações. “Eu fico hoje com um pé atrás. Quando o prefeito

assumiu, disse que encontrou a cidade às mil maravilhas. Agora

não ele não pode dizer que não estava. Ou ele estava mentindo

antes ou está mentindo agora”.

“Houve um processo de transição, então era de se esperar que o

novo prefeito conhecesse a realidade da Prefeitura”, frisou o

vereador. “Agora, as ruas estão acabadas e no Socorrão (Hospital

Municipal) está o caos”.

Em aparte, Ricardo Seidel (Rede) disse que quando denunciou a

situação do hospital, foi chamado de mentiroso. Disseram que o

Socorrão estava indo muito bem, que a saúde estava bem. E uma

semana depois, a gente vê nos jornais a realidade da situação”.

O vice-líder do Governo, Chiquim da Diferro (PSB), alegou que

em pouco mais de um mês de governo é impossível sanar alguns

problemas, segundo herdados da administração passada, como o

Socorrão.

“Por que a gente não procura saber qual foi o dinheiro que

entrou em dezembro e o dinheiro que foi gasto em dezembro,

pra saber quanto ficou nos cofres do Município?”, interpelou a

bancada de oposição.

“Mais de R$ 30 milhões entraram nos cofres da Prefeitura. É isso

que nós temos que vê, cadê o dinheiro, onde é que está o

dinheiro que o Madeira [ex-prefeito Sebastião Madeira]

recebeu?”, desafiou.

Vereador Aurélio (PT) disse que ocupava a tribuna para

aumentar a polêmica e cobrar do governo. “A cidade toda

presenciou que houve uma transição, por mais de 60 dias. Então

se o prefeito e sua equipe não sabiam que ia faltar remédio no

Socorrão, a culpa é do prefeito Assis”.

Denúncia

Segundo o vereador petista, o Socorrão corre o risco de

fechamento em razão da inércia do governo e leu documento de

da médica intensivista Ana Carolina encaminhado ao prefeito em

que ela relata a falta de medicamentos, materiais e curativos no

hospital.

“A equipe do governo é ruim, o governo é ruim e o prefeito

precisa acordar”, enfatizou.

Em outro aparte, Ricardo Seidel disse que os vereadores

precisam investigar junto à Comissão Permanente de Licitação

(CPL) da Câmara “cadê as licitações”. “Os contratos foram

estendidos para o fornecimento não ser interrompido,

entretanto o produto não está chegando com a extensão dos

contratos”, denunciou o vereador da Rede.

Bebé Taxista (PEN) disse que as críticas são prematuras e que o

governo está tentando solucionar as demandas, “porém ainda é

muito cedo”.

“Os colegas de oposição devem ter mais prudência na hora de

fazer oposição, pra que amanhã não sofra as conseqüências de

dizer tudo ao contrário do que disse antes”, justificou.

O líder do Governo, Hamilton Miranda, também argumentou que

os oposicionistas devem observar o pouco tempo da nova

administração e afirmou que Assis Ramos encontrou a saúde

com um déficit de R$ 16 milhões. “Ora, havia um déficit de R$ 22

milhões, mas só tinha R$ 6 milhões no caixa da saúde”.

Miranda informou que a Prefeitura está parcelando débitos com

fornecedores da saúde e com médicos que estão com salários

atrasados, segundo ele, “tudo acompanhado pelo Ministério

Público”.

“O prefeito tem vontade de fazer, a população deu esse voto de

confiança a ele. Tem muita coisa pra vir”, assegurou.