“A Lava Jato tomou uma posição política. Ou seja, pegou o Executivo, o Legislativo e o poder econômico, preservando o Judiciário, para não enfraquecer esse Poder. Entendo que a Lava Jato pegará o Judiciário, mas só numa fase posterior, porque muita coisa virá à tona. Inclusive, essa falta tem levado a muita corrupção mesmo. Tem muita coisa no meio do caminho. Mas por uma questão estratégica, vão deixar para depois”, avaliou a ex-ministra.
Calmon defendeu que o Judiciário também seja escrutinado pela operação e criticou a ideia de que não se deve punir o Poder, como ocorre com os outros dois. Segundo ela, essa cultura já existia no tempo em que ela foi corregedora e “as coisas não melhoraram”.
“Há aquela ideia de que não se deve punir o Poder Judiciário. Nas entrevistas, Noronha [o atual corregedor nacional, ministro João Otávio de Noronha] está mais preocupado em blindar os juízes. Ele diz que é preciso dar mais autoridade aos juízes, para que se sintam mais seguros. Caminha no sentido bem diferente do que caminharam os demais corregedores”, afirmou.