Vereadores garantem funcionamento do comércio informal até construção de shopping popular. Maura Barroso e Fábio Hernandez, foram contundentes em seus posicionamentos

Dezenas de vendedores ambulantes (camelôs) e comerciantes informais lotaram a galeria da Câmara Municipal de Imperatriz na manhã desta quarta-feira (06) na sessão de audiência pública que debateu o comércio informal em praças e vias públicas de Imperatriz. A sessão foi conduzida pela Comissão de Planejamento, Uso, Ocupação, Parcelamento do Solo e Meio Ambiente, presidida pelo vereador Alberto Sousa (PDT).

Representantes dos comerciantes informais deram depoimentos e defenderam a manutenção dos direitos desses trabalhadores. “Não somos contra a desobstrução de vias, só queremos uma organização que garanta o direito ao trabalho dessas famílias”, disse Breno Santos.

Segundo Mariana Carvalho, filha de camelô e hoje empresário, a profissão dos vendedores ambulantes e comerciantes informais “deve ser respeitada”. “Essas pessoas precisam apenas trabalhar. Os camelôs estão reivindicando apenas um local digno para trabalhar”, acrescentou.

O advogado dos comerciantes do Camelódromo, Leonardo Bruno, alertou que esses profissionais desconheciam o projeto de revitalização do local e essa falta de informação estava gerando insegurança entre eles, que não sabem que critérios serão usados para acomodar ambulantes de outras áreas, como das praças Mary de Pinho e Brasil, Calçadão e avenida Getúlio Vargas.

O presidente da Associação dos Lojistas do Calçadão, Marconi Marques, empresário do ramo de bolsas, ex-camelô, disse que os empresários não são contra os comerciantes informais, porém pregou “uma parceria” entre os dois segmentos para organizar o comércio no centro da cidade e em outros locais.

 

Apoio aos informais

A vereadora Maura Barroso usou a tribuna nessa audiência pública, e foi enfática em reafirmar seu apoio a toda classe trabalhadora de Imperatriz. Como sempre trabalhou em prol dos trabalhadores da cidade, Maura Barroso é reconhecida por todas as classes! Inclusive a dos trabalhadores que ganham o seu sustento de forma “informal”, com vendas de alimentos e etc…

Os ambulantes e comerciantes informais receberam apoio integral dos vereadores em suas reivindicações. “Vamos nos organizar sem desempregar”, declarou o vereador Ricardo Seidel (Rede), autor da proposição solicitando a realização da audiência pública.

Chiquin da Diferro (PSB), defensor do projeto de construção de um shopping popular desde 2010, reiterou que os direitos dos comerciantes informais devem ser garantidos, assim como os dos comerciantes que pagam impostos. “Queremos solucionar o problema e esta Casa sempre estará para debater e encontra soluções”, frisou.

O líder do Governo, Hamilton Miranda, afirmou que a Prefeitura vai encontrar uma solução para o problema. “Sou contra, sim, a ocupação das calçadas, tanto pelos ambulantes como pelos comerciantes, mas defendo que seja encontrado um local para que os ambulantes possam trabalhar”, argumentou.

Bebé Taxista (PEN) disse que apoia a causa dos ambulantes, entretanto disse que as discussões passam pela Câmara Municipal, que é a representante legal da população e responsável pela fiscalização da aplicação da lei. “Não adianta a classe querer lutar e criticar os vereadores. Precisamos nos unir para solucionar o problema”, defendeu.

 

Compromisso

 

O secretário de Planejamento Urbano, Fidélis Uchoa, garantiu que a Prefeitura só irá retirar os ambulantes das praças, do Calçadão e Getúlio Vargas após a conclusão do projeto de revitalização do Camelódromo, na Praça Tiradentes.

A arquiteta da Secretaria de Planejamento Urbano (Seplan), Teresa Cristina Marques, apresentou o projeto em data show, detalhando todas as etapas das obras. Segundo ela, a primeira etapa irá contemplar os vendedores de comidas, que serão remanejados para a área que fica atrás do terminal urbano de ônibus. Na segunda etapa, será construído o shopping popular para abrigar os outros comerciantes, com lojas padronizadas e área para terminal de vans.

Porém, nem o secretário nem a assessora da Seplan informaram o início e término das obras e a origem dos recursos para revitalização do local.

O prefeito Assis Ramos esteve presente no final da audiência e fez um breve pronunciamento sobre a posição do Executivo em relação à questão. Assumiu o compromisso de não remanejar nenhum desses trabalhadores enquanto não encontra uma local definitivo para alojá-los, com condições dignas de trabalho e demanda de consumidores. Disse também que a desobstrução de calçadas vai continuar e que “ninguém irá impedir” que ele cumpra sua promessa.

“Sabemos do momento grave por que passa o país, o nosso estado e nosso município. Não queremos mais desempregados, mas vamos cumprir a legislação”, afirmou.