Representantes do setor enérgico garantem que consumidor será o maior prejudicado.
Aconteceu nesta quinta-feira (5), em Imperatriz, audiência pública sobre
proposta do governo federal de privatização da Eletrobrás. Presidida pelo vereador
Aurélio (PT), estiveram presentes servidores da distribuidora, sindicatos de
eletricitários, professores universitários, indígenas, trabalhadores rurais e vereadores.
Foram debatidos os prejuízos que a privatização pode causar aos servidores e
consumidores, entre eles o aumento no valor da conta de energia, a inserção do
capital estrangeiro na Amazônia, o extermínio dos povos indígenas, o corte de energia
aos trabalhadores rurais e baixa renda, que atualmente são atendidos pelo programa
Luz para Todos.
A Eletrobrás é constituída por 233 usinas e gera 170 mil gigawatts/hora (Gwh)
de energia, sendo a maior companhia do setor elétrico da América Latina, responsável
por atender 1/3 do consumo anual de eletricidade do Brasil. O governo Temer
anunciou a proposta de vender a Eletrobrás por algo entre R$ 20 bilhões e R$ 30
bilhões. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a privatização
poderá aumentar as contas de luz em até 10%.
“A Eletrobrás e Eletronorte geram energia através dos rios, como por exemplo
aqui, o Tocantins. Vender esse patrimônio é deixar com que eles entrem e saiam da
Amazônia quando e como quiserem. Então, além de abrirmos mão do setor
energético, estaremos abrindo mão da Amazônia”, explicou o advogado Wellington
Diniz, secretário de assuntos jurídicos do Sindicato dos Urbanitários do Maranhão
(STIU).
“Não nos resta nenhuma outra alternativa senão a luta. Como diria o poeta,
esse é um tempo de guerra. É um tempo sem sol. Devemos lutar em defesa dos nossos
direitos e também para que consigamos nos reconstruir. Não podemos negociar a
entrega do nosso país, dos nossos bens e da nossa soberania”, declarou a
representante do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Divina Lopes.
De acordo com o presidente da audiência pública, vereador Aurélio, e em
conformidade com solicitação do STIU, uma moção de repúdio em nome da Câmara
Municipal de Imperatriz será encaminhada ao governo federal, declarando a
contrariedade à proposta de privatização da empresa e em defesa da soberania
nacional.