Destilados maranhenses recebem Medalha de Prata na Expocachaça

A Cachaça Jac
obina (Balsas) e a Tiquira Guaaja (Santo Amaro) arremataram o segundo lugar, em categorias diferentes, na Degustação às Cegas do maior evento do setor no país.
Os destilados maranhenses Cachaça Jacobina e Tiquira Guaaja Amburana foram destaques na 28ª Expocachaça, realizada de 7 a 10 de junho, no Expominas, em Belo Horizonte (MG), evento promovido em conjunto com a 12ª Brasilbier, voltado ao segmento de cervejas artesanais. As representantes maranhenses na maior feira da cadeia da cachaça no País, e considerada a vitrine mundial da aguardente, trouxeram para casa a Medalha de Prata em duas categorias da 7ª Avaliação com Degustação às Cegas e Classificação das Cachaças.

A Jacobina ganhou o Certificado Prata na categoria Brancas Puras, nesta edição 2018 da Expocachaça. A destilaria produz, ainda, a versão Ouro da aguardente que traz o slogan “genuinamente brasileira, orgulhosamente maranhense e caprichosamente produzida em Balsas”.

“As duas versões são produzidas com alta tecnologia e higiene rigorosa, utilizando aditivos e com graduação alcoólica de 40%vol, com buquê invejável, sabor gostoso e uma qualidade ímpar. A nossa Jacobina Prata ou tradicional, que agora é Categoria Prata da Expocachaça, é guardada em tanques de aço inox que não transferem cor nem gosto ao produto. Mas, também, utilizamos madeiras, como o Jequitibá, que dão gosto mas não transferem cor, deixando a cachaça branca”, explica o proprietário Valdemar Cabral.

Já a Tiquira Guaaja Amburana, produzida na região dos Lençóis Maranhenses e armazenada em barril de carvalho, encantou os jurados da Degustação às Cegas da 28ª Expocachaça pela leveza e pela singularidade: o fato de ser feita da mandioca, inspirada no saber fazer dos indígenas que povoaram as terras do Maranhão. Resultado: o Certificado Prata na categoria Aguardente de Outras Matérias-Primas.

A Tiquira Guaaja Amburana começou a ser produzida em larga escala desde 2015, na fábrica localizada às margens da MA-402, povoado de Sangue, no município de Santo Amaro, sob o monitoramento rígido da proprietária, Margot Stinglwagner, uma carioca que se apaixonou pelos Lençóis Maranhenses e mais ainda pelo sabor diferente do destilado feito da mandioca. Quando decidiu fazer da tiquira um negócio, a empresária sempre pensou em um produto de qualidade, tipo exportação. O feito ela garante que conseguiu.

“Não perdemos em nada para outras bebidas destiladas. O sabor da tiquira é seu grande diferencial. Hoje, o nosso mercado consumidor está concentrado fora do Maranhão em mais de 90%, nos estados do Centro-Sul. Isso pelo fato, talvez, do maranhense não ter o hábito de tomar a bebida – inclusive, estamos minimizando esse fato, com algumas estratégias para popularizar a tiquira no estado, inclusive colocando-a em uma grande rede de supermercados. È um trabalho de formiguinha, mas necessário para que o mercado interno também seja impactado pelo nosso produto”, contrapôs Stinglwagner, que é filha e neta de mestres cervejeiros.

Consultorias do Sebrae

Tanto a Cachaça Jacobina quanto a Tiquira Guaaja Amburana receberam, em diversas etapas das empresas, o apoio e consultorias do Sebrae na constituição do negócios, gestão e na área técnica. O empresário Valdemar Cabral, antes de empreender, era consultor do Sebrae no projeto Alambiques do Sertão e, ao perceber que o investimento no segmento era propício, montou seu próprio alambique e hoje, após aperfeiçoar a qualidade da Jacobina e investir em tecnologia e inovação, comemora os ganhos e ganha mercado.

“Pela qualidade do produto e capacidade de produção, a Jacobina foi inserida hoje no Comércio Brasil, um programa do Sebrae voltado para o acesso a mercado, onde os participantes integram rodadas e encontros de negócios com objetivo de ampliar os seus canais de comercialização. Participam desse programa empresas que já passaram por outros projetos do Sebrae e que sabemos ter condições de atender a pedidos mais robustos de quem almeja comprar seus produtos, em eventos dentro e fora do Maranhão”, aponta o diretor técnico do Sebrae no Maranhão, Antônio Garcês Paixão.

O diretor superintendente da instituição, João Martins, destaca por sua vez que, saber de dois produtos maranhenses ganhando notoriedade no País, é um grande orgulho para o Sebrae. “Nosso principal objetivo é ver os pequenos negócios caminhando com as próprias pernas, ganhando projeção e crescendo de maneira contínua. É para isso que nos empenhamos tanto, enquanto instituição de fomento e apoio ao empreendedorismo e às micro e pequenas empresas. Sentimos orgulho, sim, por termos feito parte da história desses dois empreendimentos, tanto da Destilaria Jacobina quanto da Tiquira Brasil, que produz a Tiquira Guaaja Amburana, produtos que nasceram no Maranhão e hoje estão conquistando o Brasil e quiçá, o mundo”, coloca o executivo.

A Expocachaça

A feira tem papel de protagonista na visibilidade e status de destilado nobres. Além de Minas Gerais, com cerca de nove mil produtores representando 60% da produção de cachaça no País, foram convidados para participar e expor seus produtos na 28ª Expocachaça outros 20 estados brasileiros, dentre eles o Maranhão.

Embora a cachaça seja o terceiro destilado mais consumido no mundo, a Expocachaça apresentou outras novidades que vão além da aguardente. Muitos produtores, inclusive, aproveitam a estrutura já existente do alambique e a expertise em cachaça para produzir outros produtos, como gim – que vive os seus tempos áureos – e os licores.