Prestação de contas da saúde vira debate em audiência pública na Câmara Municipal

A sessão foi marcada por posturas reprováveis de algumas pessoas na galeria.

Nesta quinta-feira (02), a secretaria Municipal de Saúde realizou audiência pública para apresentar o relatório de receitas e despesas do terceiro quadrimestre de 2018, com a presença do secretário Alair Batista Firmiano. A sessão foi presidida pela comissão de saúde na pessoa do vereador Adhemar Freitas Jr (PSC).

            O secretário mostrou o relatório dos recursos e as justificativas dos gastos afirmando que o município de Imperatriz tem buscado melhorar os atendimentos e o cumprimento da legislação, mas que à medida que o atendimento aumenta, a demanda de pacientes só cresce, vindos de outras cidades e vários outros estados.

            “Ao mesmo tempo em que melhoramos a saúde, os municípios vizinhos e distantes só aumentam o número de ambulâncias, até simples suturas enviam para cá e não podemos negar atendimento, pois ele é universal. Estamos lutando para aumentar as pactuações com as outras cidades, mas o maior problema é o cartão SUS que muitos de fora se cadastram como sendo daqui, por isso buscamos criar um cartão SUS municipal, onde os residentes em Imperatriz irão apresentar os dois cartões, e as de fora, só o principal, para tentarmos reduzir isso. Temos recursos para 250 mil pessoas e atendemos 1 milhão. Isso está enforcando literalmente o sistema de saúde da cidade. Quem banca tudo isso é o município”.

            Os vereadores questionaram as medidas que o município está tomando para diminuir os gastos relacionados à pasta da Saúde e sobre as denúncias de falta de material básico, como luvas, seringas e quanto às faltas de atendimento e diminuição de cirurgias.

            Alair informou que diferente de outras pastas, a saúde tem uma demanda infinita, por mais que se faça previsão nunca é possível limitar os gastos. Disse que as licitações estão aumentando por que a quantidade de atendimentos só aumenta de forma exponencial, além do preço dos equipamentos, materiais de cirurgia, limpeza, remédios e insumos. “Não se pode tratar Imperatriz como um centro isolado, a cidade hoje é um centro regional. Aqui apesar de todas as dificuldades temos mantido o número de atendimentos que hoje chegam a quase 800 cirurgias por mês”. 

CRÍTICAS

            Vereadores indagaram a utilização de servidores da saúde nomeados ou comissionados como plateia para defenderem prefeito e secretário. Funcionários do município que em horário de serviço estão na Câmara para baterem palmas e gritarem palavras de ordem. Que transformaram uma simples prestação de contas em espetáculo.

            Para o vereador Zesiel Ribeiro (PSDB) isso é inadmissível. “Chegaram a chamar vereadores que mostram denúncias de mentirosos, apenas por falarem a verdade. Toma essa postura para agradarem seus chefes”, disse.

            Segundo o secretário Alair, os servidores presentes estavam de folga.

            Foi mostrada também a situação de pacientes que chegam ao hospital municipal com ferimentos abertos e não são atendidas, e quando são, o atendimento é péssimo; pessoas tratadas como entulho, empilhadas nos corredores.

            No meio da fala que foi aberta a pessoas da comunidade aconteceram momentos de tensão onde defensores da prefeitura tentaram calar uma pessoa na galeria que reclamava do atendimento da saúde municipal, mas logo os ânimos foram contidos.

            “A saúde é imprevisível, pois não temos como fazer previsão ou planejamento. Mexemos com vidas e por mais que aconteçam imprevistos, ou venha gente de fora, temos que atender. Por que a saúde está tão ruim, um caos como alguns dizem e todo mundo vem para cá? Porque não ficam nos seus municípios que estão ótimos?”, questionou Alair.

            O secretário assume que a saúde precisa melhorar muito, mas a cada melhora a demanda aumenta. “Não está as mil maravilhas, mas não está um caos como pintam. A pactuação está sendo buscada e a hora é de união de forças com a ajuda de governo do estado, deputados e governo federal, pois problemas sempre irão existir, mas não estamos parados, nem recuando”.

DEFESAS

Para os vereadores da base do prefeito, a saúde está bem e gerida com competência diante das dificuldades enfrentadas. Reconhecem que não se consegue atender toda a demanda porque é gente demais, onde não só pessoas de Imperatriz são atendidas, mas toda a região tocantina, sul do Maranhão e leste do Pará. “A maioria das ambulâncias são de fora e não podem deixar de ser atendidas. Os esforços são grandes, mas a necessidade é imensa”, disse Fátima Avelino (MDB).

VEREADORES BARRADOS          

            O verador Ditola (PEN) ao final da audiência levou à tribuna uma situação ocorrida com legisladores que foram impedidos de entrar no socorrão na semana passada. Perguntou ao secretário se essa ordem partiu dele e apresentou resolução que dá aos edis essa prerrogativa onde diz que – o vereador pode entrar livremente em qualquer repartição publica e ter acesso a todo documento público, independente de qualquer norma interna do órgão, ou secretaria – mostrou também relatório de visita da comissão do conselho municipal de saúde onde são atestadas cadeiras odontológicas quebradas, com defeito e raios x sem profissionais para manusearem os equipamentos. No centro de diagnostico de imagem a ressonância magnética ha mais de um ano não funciona, mas a manutenção continua sendo paga.

            O secretário informou que não existe essa ordem de impedir nenhum vereador e que os equipamentos com problemas já tem prazo de retornarem a seu pleno funcionamento. Por fim disse estar sempre à disposição da casa de leis e agradeceu pelo espaço dado.

Texto – Sidney Rodrigues

Fotos – Sidney Rodrigues