Usando a Tribuna na manhã de ontem (21), o presidente da Câmara José Carlos Soares (Patriota) disse que pela primeira vez na história da casa, ela está dando a demonstração que é o Poder Legislativo que faz as coisas acontecerem, citando a atual posição tomada pelo executivo em relação a votação do orçamento anual, a LOA (lei de diretrizes orçamentárias) e ao PPA (plano Plurianual).
De acordo com o presidente, o atual gestor é um homem sem diálogo e altamente despreparado pra ser político, que age sorrateiramente contra a Câmara e sempre como delegado. Nunca se comportou como homem público, nunca fez uma fala política, de forma amiga ou desarmada, por desconhecer totalmente o mundo político, não sabe administrar voltado para a sociedade.
O orçamento está sendo discutido e apreciado, mas o que se vê é a tentativa de mostrar para a cidade que a Câmara está dando prejuízos ao município, sendo que os vereadores estão exercendo sua função de proteger os recursos públicos contra gastos desnecessários. Os legisladores não podem ser irresponsáveis e aprovar algo de forma rápida, sem análise e dando a possibilidade de esvaziamento dos cofres sem resultados.
“De ontem para cá entenderam de botar na cabeça do servidor público através dos ratos e das mulas virtuais, que se nós não aprovarmos o orçamento, eles não vão pagar a folha, sendo que são obrigados a pagar perante a lei. Eu quero tranquilizar os credores e a cidade de que eles podem pagar sim, pois o artigo 53 da LDO anterior diz que no caso da não aprovação do projeto em tempo hábil, pode ser usado o mesmo orçamento, inclusive o próprio TCE (Tribunal de Contas do Estado) fez uma resolução que autoriza o gasto que mandaram para cá”, disse.
O presidente continuou explicando que não é o orçamento que está em jogo e sim a vontade e a necessidade de fazerem empréstimos para sanar dívidas. Ratificou que a Câmara não tem culpa de usarem caminhonetes e utilitários e devolverem todas por falta de pagamento, deixando a cidade passar por ridículo a nível nacional, quando mostravam os automóveis da Prefeitura de Imperatriz em cima das cegonhas. Nem da situação difícil dos laboratórios com 07 meses sem receber, as escolas alugadas cheias de problemas, por que estão sem receberem aluguel há mais de 08 meses e os médicos tendo que colocar outdoors para obterem seus pagamentos. Dão prioridade a empresas do Piauí, enquanto os comerciantes locais ficam falidos por falta das vendas e prestações de serviço e isso também não é culpa do parlamento.
O que foi exposto nada tem a ver com aprovação, pois atrasos já vem acontecendo desde o ano passado sendo o motivo principal da rejeição dessa gestão. O parlamento está trabalhando de segunda a sexta, não teve recesso, mas enquanto isso meia dúzia de pessoas que recebem dinheiro público, tentam denegrir a imagem do parlamento e confundir as pessoas.
“O pagamento de servidores e credores não dependem da aprovação de orçamento e sim da boa vontade do prefeito, que não tem dialogo, é perverso com a cidade, faz questão de ser antipático, insensível, ignora os vereadores, não ouve o povo, bate nas pessoas, não dialoga nem discute nada. Fazem publicidade falsa, até divulgando uma campanha, dizendo para o povo vir para a câmara, e que os servidores não irão receber salário. O que estamos tentando proibir são os gastos extra orçamentários. Temos certeza absoluta do nosso dever cumprido. Negaram que haviam dito que não iriam fazer o repasse à Câmara, mas seus secretários falaram isso nos corredores e internamente. Eu deixei claro que teriam até o dia 20 de janeiro para fazerem o procedimento, se não quisessem ser penalizados. Eles não tiveram coragem de me testar e mandaram o recurso, que não é deles, é público. É lamentável termos gente assim à frente do município”, reforçou.
Zé Carlo afirmou ter certeza que o parlamento vai aprovar o orçamento, mas não adianta fazerem esse terrorismo, nem pagando pessoas para ir à Câmara em ônibus lotados, ou mentindo nas redes sociais, pois a função dos vereadores é proteger a cidade de pedidos de empréstimo sem se saber a destinação e outras irregularidades. Muitas coisas serão suprimidas, outras reprovadas e se no entendimento de todos a LDO, o PPA e o orçamento não estiverem em consonância com aquilo que a cidade precisa, o projeto será rejeitado, o executivo terá quinze dias pra mandar outro e poderá continuar usando o orçamento anterior, pagando servidores, médicos, laboratórios e credores. A liberação do TCE está em vigor e tudo que for alegado não é culpa da Câmara e sim de um gestor que não sabe administrar o município de forma complacente.
Sidney Rodrigues – ASSIMP
Foto – Sidney Rodrigues/Fábio Barbosa