Desde as primeiras horas da manhã desta quinta (30), os vereadores discutiam os últimos pontos de dúvidas no projeto do orçamento 2020. O presidente José Carlos (Patriota) anunciou que por essa razão, não haveria sessão e convocou uma grande reunião com todos os vereadores presentes no gabinete da presidência. Informou que o orçamento é a última peça antes do recesso parlamentar e como chegou o fim de janeiro e não aconteceu a votação, nesta próxima terça (04) começam os trabalhos em período normal, fora do recesso branco. Logo após os parlamentares fizeram explanações a membros da imprensa, ainda no plenário da câmara.
De acordo com o líder do governo – vereador João Silva (PRB) – o prefeito sancionou a LDO, e deveria ser votado o orçamento, limpada a pauta e se encerraria o período de 2019, mas o plenário não votou por falta de quórum. Dos 07 vereadores da base do governo apenas Silva estava presente no momento da chamada, o que impossibilitou a votação. O edil disse que existe uma queda de braço desnecessária, que desgasta o parlamento e não foi feita a votação por falta de interesse da oposição. “São dois grandes homens (Assis e Zé Carlos), mas essa briga só atrapalha o município. Orçamentos mais difíceis foram votados nos anos que se passaram, com empréstimos e remanejamentos, mas por ser ano eleitoral querem amarrar o prefeito”, disse.
O presidente da casa comunicou que hoje foi feito o pagamento dos servidores municipais, o que derrubou a narrativa de que sem aprovação de orçamento, os funcionários públicos não receberiam seus salários e a falácia de que a câmara estaria atrapalhando o município. Disse que o prefeito já foi notificado, que as despesas contínuas estão autorizadas, o orçamento está em vigor, e o que falta são apenas as autorizações dos gastos extra orçamentários. Recursos estão em caixa e permitem pagamento de todos os servidores e fornecedores.
“Os trabalhos já retornam na terça, quando será votado o orçamento de forma definitiva. Todos os parlamentos encerram seus trabalhos dia 15 de dezembro e retornam no início de fevereiro, mas em Imperatriz a casa de leis não parou em função das apreciações da LDO, PPA e orçamento. A população pode ficar tranquila pois os vereadores estão vigilantes. A partir da semana que vem o prefeito terá que dar conta é do sumiço de muito dinheiro. Será criada uma comissão de investigação para apurar desvios de recursos do município. Estão fazendo processos sem licitação, inclusive um de 10 milhões relacionado a energia solar, estão furando a fila de precatórios do FUNDEF e a gestão tem uma pressa incomum pela aprovação do orçamento. Queremos saber para onde foram os 43 milhões da saúde federal, pois continuam faltando medicamentos nos postos e pessoas estão morrendo no socorrão por falta de cirurgia. Quem vê a publicidade na tv entende que está sendo feita uma maquiagem muito grande no que dizem estar fazendo. Vivem entrando na justiça contra a Câmara e não querem que nada contrário ao executivo seja dito nesta casa. Iremos montar uma comissão para apurar as irregularidades e provar todas as acusações feitas. O prefeito terá que prestar contas do que já foi gasto e é o que a sociedade espera da câmara. Alguém que coloca gente de toda espécie, recebendo dinheiro público para denegrir vereadores e vai para as escolas se trocar com crianças, atacar professores e mulheres, não honra o cargo que ocupa”.
Zé Carlos afirmou ainda que 100 obras das anunciadas, são pontos de internet nas praças. Mais de 40 placas nas BR divulgam podas de árvores e limpeza de canteiros como grandes realizações. Usam o dinheiro do FUNDEF para equipar algumas escolas e mostrar uma revolução na educação que não existe, pois não foi construída uma só escola, todas as entregues são da gestão passada.
Ditola (Patriota) mostrou um calhamaço de processos com dispensa de licitação, empresas montadas da noite para o dia, de outros estados com pareceres diferentes em locais diferentes. E citou uma empresa de Timon de nefrologia com médicos sem especialização, para atenderem o hospital municipal. Perguntou se algum dos vereadores de situação teria coragem de debater com ele, pois foi dada entrada nestes documentos no Ministério público e os chamou até o hospital para verem a verdade.
A sociedade quer respostas e o presidente da câmara garantiu que na terça, primeira sessão oficial da volta do recesso – que não aconteceu, pois a casa trabalhou todo o mês de janeiro – o orçamento será votado.
Sidney Rodrigues – ASSIMP
Fotos – Sidney Rodrigues