Fábio Hernandez, Flamarion Amaral e Carlos Hermes falam do aumento sem precedentes dos casos de covid na cidade

Quantidade de mortes assustam a população.

Diante dos acontecimentos relacionados a pandemia do coronavírus, no uso da tribuna na última sessão da semana passada, os vereadores Fábio Hernandez (PP), Flamarion Amaral e Carlos Hermes (ambos do PCdoB), falaram sobre a situação quase que incontrolável, difícil e preocupante que o município está passando.  

Fábio Hernandez 

Expôs principalmente o cenário da classe dos advogados, onde existem vários mortos, outros internados, sem comorbidades, jovens e sem problemas de saúde e destacou que Imperatriz apresenta o dobro de casos da capital. Pediu ao prefeito, a secretária municipal de saúde, a vigilância sanitária, para que trabalhem em função disto. A doença está novamente se alastrando, destruindo famílias. As pessoas apresentam sintomas ontem, são internadas. Hoje vão para a UTI, já estão entubadas e amanhã seguem para o cemitério.  

“Temos mais de 500 mil pessoas circulando diariamente na cidade e os mais atingidos estão sendo os homens, por terem que sair para garantir o sustento de suas famílias. A vigilância deve aumentar as fiscalizações, a SEDES fornecer cestas básicas para quem não consegue trabalhar, a saúde conseguir mais remédios, pois até quem tem a imunidade alta está contraindo o vírus e falecendo”. 

Flamarion Amaral 

Abordou a politicagem envolvida e afirmou que boa parte torce pela desgraça da população, para que as coisas não deem certo. Interesses econômicos colocados à frente, enquanto milhares estão morrendo, outros não dão a seriedade necessária. Para ele é a hora de tomar atitudes drásticas, pois até crianças estão sendo contaminadas, já que a nova cepa agora atinge os de meia idade e quem tem histórico saudável.  

“Temos que pedir ainda mais para que todos se protejam. Isso tem se tornado até repetitivo, mas o inimigo é invisível e está muito forte. Sou profissional de saúde e não me baseio só nos relatos, mas na realidade que estou vendo diariamente nos hospitais. As medicações estão deixando de surtir efeito, essa nova onda veio atacando a todos sem distinção. Unidades lotadas, Imperatriz é suporte para toda a região tocatina. Nas cidades vizinhas muita gente em festas e na hora da agonia, correm todas para cá”. 

Pediu que as pessoas tenham responsabilidade, que não joguem a culpa só em cima de governos. Igrejas, escolas, faculdades e seguimentos que juntam muita gente, devem acabar com as aglomerações.  Chamou atenção para o inverno que começou de verdade e que breve teremos que levar vítimas de enchentes para ginásios de escolas; com a covid solta, o problema se tornará muito maior. 

Citou também as ambulâncias do SAMU, que de 9, apenas 2 funcionam e comparou com os carros da guarda municipal e Setran que estão sempre nas ruas, mas a maioria são para multar. Pede que estes sejam usados na hora da necessidade para a saúde, pois esta é muito mais importante. 

Carlos Hermes 

Expressou sua desolação com o que estamos vivendo e homenageou a todos os colegas professores que partiram, vítimas da covid. Amigos, parentes, conhecidos que estão perdendo a vida por conta da doença. Guerreiros, pessoas que construíram uma grande história nas suas áreas de trabalho.  

“Todos morreram por conta desse maldito vírus e eu lamento muito pelo Presidente da República ter dito que tem 20 bilhões para o combate, mas que os laboratórios é que tem que correr atrás dele para venderem. Ideologia não pode ser colocada acima das vidas e isso não tem lógica nem razão. Precisamos condenar essas práticas. A logística do SUS está toda errada e nós não podemos politizar vidas. É preciso que o governo entenda que o país precisa de vacinas. Já são mais de 250 mil mortos”.  

Para ele as pessoas não conseguem ver a realidade nem quando são vítimas ou tem perdas dentro das famílias. Emocionado perguntou até onde iremos com isso. Destacou que a vida vem antes de tudo e a cepa que chegou em Imperatriz, não está escolhendo idade, pois é uma variante diferente, mais letal que pega os jovens, que na maioria são incautos e acham que podem levar a vida como antes. 

Os vereadores em sua maioria, pedem que os decretos sejam enrijecidos no sentido de evitar ajuntamento de pessoas, e que o poder municipal possa usar da autoridade que tem para maiores ações neste momento difícil.  

Sidney Rodrigues – ASSIMP 

Fotos – Fábio Barbosa