Movimento Mulheres em Defesa da Vida pedem mudanças nas políticas públicas de Imperatriz

Seguindo as ações relacionadas a Semana Internacional da Mulher, nesta quarta (10), o movimento MULHERES EM DEFESA DA VIDA, representado por Thamisa Fialho (Secretaria de Saúde), Eurami Reis (FETESPUSULMA), Conceição Amorim (Sociedade Civil) Bruna Fernandes (Secretaria de Agricultura) e Kelly Rocha (Psicóloga da Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher), utilizaram a Tribuna em audiência pública que foi solicitada pelo vereador Carlos Hermes (PCdoB). 

Foram abordados assuntos relacionados a políticas públicas para a mulher, violência, ataques a direitos, enfrentamento, direito a assistência e à saúde, cumprimento de medidas, segurança maior em todos os setores da cidade para que não sejam vítimas de assédio/estupro e condições de sobrevivência a mães desempregadas. 

De acordo com Conceição Amorim, o Conselho municipal de Políticas para as Mulheres de Imperatriz, foi o primeiro do Maranhão e da Região Norte/Nordeste do Brasil. Constituído por projeto de Lei do vereador Otair Moreira, em 1997, juntamente com a sociedade civil organizada liderada na época por Conceição Formiga e sancionada pelo então prefeito Ildon Marques. O primeiro mandato começou em 1999 e desde seu nascimento teve o legislativo como grande aliado. Tem feito um grande esforço para existir, pois é visto pelos gestores como uma espécie de oposição e não como uma organização que pode fazer ações conjuntas.       Foi pedida uma ação imediata em relação a terrenos e áreas abandonadas na cidade e incluído o contexto da pandemia, onde as políticas públicas estão sendo sucateadas no país, com redução de recursos e a não efetivação no município.  

“Buscamos uma cidade justa e segura e nos baseamos no código de conduta, mas os terrenos baldios estão nos deixando em situação de vulnerabilidade. Já se passaram quatro prefeitos e continuam existindo áreas propicias para estupros e violência contra as mulheres no centro de Imperatriz. Moças que vem de cursinhos e das escolas estão tendo suas vidas destruídas, enquanto as autoridades fingem não ver. Temos cobrado e nada tem sido feito. A prefeitura faz de conta que nada está acontecendo, e locais como este são verdadeiros matadouros. Pedimos aos vereadores que não nos deixem sozinhas nesta luta. Nossas vidas importam. homens são assaltados, mas nós mulheres, somos estupradas”, disse Conceição. 

As representantes pedem também que urgentemente seja resolvida a questão da numeração das casas nas ruas, pois as viaturas da polícia não têm GPS e não conseguem chegar nos endereços a tempo, já que não existe uma numeração sequenciada. Solicitam que a prefeitura reorganize esses números, para que não aconteça mais de os policiais chegarem e a vítima já estar morta. Uma situação extremamente grave. A justiça da mesma forma, não consegue entregar notificações e medidas protetivas. Oficiais saem e não encontram a localização. Agentes de saúde, do PSF, correios, bombeiros, ambulâncias, prejudica a todos. Querem a reorganização da cidade nesse sentido. 

Além disso, precisam que a rede municipal especializada as mulheres vítimas de violência sexual e violência doméstica seja reestruturada, pois a que existe não funciona. Criação de novas políticas públicas em que sejam construídas estratégias para que os serviços funcionem e que o centro de atendimento à mulher em situação de violência, seja ampliado, possua mais equipes para que as trabalhadoras possam comparecer fora do horário comercial, para fazerem terapia e superar os traumas em função de violência psicológica, trabalhar a auto estima, recuperar a saúde mental e sair do ciclo de violência. Isso não é possível no horário de serviço. Um atendimento desumano, pois, as empresas não aceitam que se saia semanalmente durante o expediente. 

Por fim solicitaram   que a casa se posicione a favor do auxílio de R$ 600 reais para os trabalhadores e trabalhadoras com ou sem emprego e que o prefeito apresente um plano completo e objetivo de contingência para gerenciar o colapso do sistema público que até agora não estabeleceu equipes para trabalhar na rede da mulher, pois as Unidades Básicas de Saúde estão com seus quadros exaustos e reduzidos devido a covid-19, o que causa um impacto maior na vida das mulheres. 

A Câmara estará direcionando todas estas demandas para o executivo, coordenando os trabalhos no intuito de apontar e cobrar melhorias nas redes de atendimento à mulher. 

Sidney Rodrigues – ASSIMP 

Fotos – Fábio Barbosa/Gidel Sena