Estima-se que 70% dos casos de câncer de pulmão no Brasil sejam diagnosticados em estágios avançados ou metastáticos.
O mês de agosto é dedicado, no calendário da oncologia, a campanha de conscientização sobre o câncer de pulmão, um dos tipos de tumores mais frequentes no Brasil. Para o ano de 2020, a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) era de 30.200 novos casos da doença, sendo 17.760 entre homens e 12.440 mulheres.
É importante destacar que o câncer de pulmão pode ser classificado em dois tipos: câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC), que se desenvolve a partir das células epiteliais e representa 85% do total de casos de tumores pulmonares; e o câncer de pulmão de pequenas células (CPPC), que tende a crescer e se disseminar mais rápido, representando 15% dos casos.
Estima-se que 70% dos casos de câncer de pulmão no Brasil sejam diagnosticados em estágios avançados ou metastáticos, o que pode contribuir para a ocorrência de rápida progressão da doença e morte. “Infelizmente o câncer de pulmão é um câncer silencioso e quando causa sintomas, geralmente, já está em uma fase avançada. Os seus sintomas podem ser tosse, presença de raias de sangue no catarro e, em fases mais avançadas, dor torácica e falta de ar”, afirma o cirurgião oncológico da Oncoradium Imperatriz, Dr. Jorge Lyra.
Nos últimos anos, a demora no diagnóstico tem sido um dos principais desafios enfrentados no manejo de pacientes com câncer de pulmão no país. “O diagnóstico precoce é essencial para a cura desse câncer. Já existem programas de rastreio do câncer de pulmão. Em pacientes com mais de 55 anos de idade e com uma carga tabágica de mais de 20 maços/ano deve realizar uma tomografia de tórax de baixa dose uma vez por ano”, ressalta o cirurgião oncológico.
O tabagismo figura como principal fator de risco para o câncer de pulmão. Os cigarros, comum ou eletrônicos, contém diversas substâncias tóxicas e muitas delas cancerígenas. “Estima-se que 80% dos cânceres de pulmão estão diretamente relacionados ao tabagismo. Sabe-se também que está diretamente relacionado com inúmeros outros tipos de câncer. Outro ponto importante é afirmar que não há dose segura para o tabaco. Então, não se iluda dizendo que é apenas um cigarrinho. Além do mais, o cigarro não possui apenas o tabaco, mas também inúmeros outros agentes químicos nocivos e cancerinogênicos”, destaca Dr. Jorge Lyra.
Vale ressaltar que há outros fatores de risco que aumentam as chances de desenvolvimento do câncer de pulmão. São eles: infecções pulmonares de repetição, deficiência e excesso de vitamina A, bronquite crônica, fatores genéticos e histórico familiar da doença. Para prevenção do câncer de pulmão é recomendável não fumar, evitar o tabagismo passivo e evitar a exposição a agentes químicos (arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, urânio, entre outros), presentes em determinados ambientes de trabalho.
Com relação ao tratamento do câncer de pulmão, vai depender da situação de cada caso, mas geralmente é feito com quimioterapia, radioterapia, as terapias-alvo e a imunoterapia. O tratamento vai variar também de acordo com a condição de saúde do paciente e o tipo de mutação do tumor. “O principal tratamento ainda é a cirurgia, contudo houve muitos avanços nos últimos anos na radioterapia, quimioterapia e imunoterapia para esse tipo de câncer”, finaliza o Dr. Jorge Lyra.