Os perigos no uso dos antibióticos sem recomendação

Uso indiscriminado de antibióticos poderá causar cerca de 10 milhões de mortes por ano até 2050, segundo pesquisa da ONU

Quem nunca foi aconselhado a tomar um antibiótico para tratar uma dor de garganta ou de ouvido? Mas o que muitas pessoas ignoram, é que esses conselhos populares podem causar prejuízos a longo prazo, já que o uso indiscriminado de antibióticos pode afetar diretamente a saúde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pessoas estão morrendo de infecções simples, que eram tratáveis há décadas. Muitas vezes, isso acontece devido ao uso incorreto desses medicamentos. Ainda de acordo com a OMS, a prática da automedicação é considerada um problema de saúde mundial, sendo uma das principais ameaças do século 21.

Uma pesquisa da ONU, realizada em 2019, concluiu que até 2050 o uso indiscriminado de antibióticos poderá causar cerca de 10 milhões de mortes por ano. Toda medicação, incluindo antibiótico, deve ser prescrita por um médico profissional.

Quais os riscos?

A farmacêutica e coordenadora do curso de Farmácia da Facimp Wyden, Talita Pinho, explica sobre os riscos e os cuidados necessários no uso do antibiótico. “Não faça uso indiscriminado destes medicamentos. Essa prática causa uma resistência bacteriana e, quando a pessoa for precisar de fato do antibiótico, ele não será mais eficaz, sendo necessário um mais forte que pode ocasionar problemas e reações para o paciente”, alerta.

É bom lembrar que os medicamentos controlados devem ser utilizados de forma correta. “O antibiótico é uma classe de medicamento específica para o combate de infecções de bactérias. Muitas pessoas têm o equívoco de usá-los em infecções virais, por isso a necessidade do diagnóstico de um profissional qualificado e uma prescrição adequada”, aponta a coordenadora da Facimp Wyden.

“Todos os estabelecimentos farmacêuticos só podem fazer a venda de antibióticos mediante uma prescrição de um profissional habilitado”, comenta Talita, fazendo menção à Resolução RDC 44, de 26 de outubro de 2010, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que faz o alerta e o controle na comercialização de antibióticos sem receita médica.

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