Uso excessivo de telas provoca aumento de DORT/LER entre jovens e adolescentes

Man using mobile smartphone. Close up of a businessman hand holding and using a smart phone outdoors. Detail of handsome hipster modern businessman using smart phone in the city

Especialista alerta para os riscos e a importância da prevenção

Antes, a LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e a DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) eram problemas comuns entre profissionais que passavam anos desempenhando atividades repetitivas. No entanto, essa realidade tem mudado. Cada vez mais, jovens e adolescentes estão desenvolvendo dores crônicas causadas pelo uso excessivo de celulares, computadores e videogames.

O alerta vem de especialistas da área da saúde, que apontam a má postura, a falta de pausas e a longa exposição às telas como fatores determinantes para o aumento desses casos. Segundo o professor Luciano Pereira, fisioterapeuta e docente da Estácio, “os adolescentes passam horas segurando o celular em posições inadequadas, forçando punhos, pescoço e ombros. Esse esforço repetitivo, ao longo do tempo, pode desencadear inflamações e dores crônicas.”

Os sintomas podem começar de forma sutil, mas a longo prazo se tornam limitantes. Dormência, formigamento, dores nos punhos, cotovelos e ombros são sinais comuns de alerta. “Muitos jovens ignoram as dores iniciais, mas, sem um cuidado adequado, o quadro pode evoluir para inflamações mais graves, como tendinites e síndrome do túnel do carpo”, explica Luciano.

Além das dores musculares, a postura inadequada ao utilizar celulares e computadores também pode gerar desalinhamentos na coluna, agravando o problema. A prevenção passa pela conscientização e adoção de novos hábitos. Luciano recomenda que os jovens realizem pausas regulares durante o uso de telas, façam exercícios físicos e adotem posturas mais ergonômicas.

“A cada 30 minutos de uso, o ideal é parar um pouco, movimentar os braços e o pescoço para evitar sobrecarga”, orienta.

Para quem já apresenta dores persistentes, a recomendação é buscar avaliação profissional o quanto antes. “Fisioterapia e exercícios específicos podem corrigir o problema antes que ele se torne algo crônico e incapacitante”, alerta o fisioterapeuta.

Com a crescente digitalização das atividades diárias, desde o estudo até o lazer, é fundamental que jovens, pais e educadores estejam atentos aos impactos do tempo excessivo em frente às telas. Pequenas mudanças na rotina podem fazer a diferença para garantir uma vida saudável e livre de dores no futuro.

Sedentarismo e sobrepeso agravam o problema

Além do impacto direto do uso excessivo de telas na postura e no desenvolvimento de dores musculares, estudos indicam que o sedentarismo e o sobrepeso são fatores que podem agravar ainda mais esse quadro. Segundo pesquisas recentes, adolescentes que passam mais tempo em frente às telas tendem a praticar menos atividades físicas, o que enfraquece a musculatura e aumenta a predisposição a problemas posturais.

A chamada Síndrome do “Text Neck”, causada pela inclinação excessiva da cabeça ao olhar para telas, é um dos problemas mais recorrentes entre jovens, e sua incidência é ainda maior em indivíduos com sobrepeso. “O excesso de peso pode sobrecarregar ainda mais as articulações e dificultar a recuperação de lesões musculoesqueléticas”, explica Luciano Pereira.

Para prevenir complicações, o especialista recomenda equilibrar o tempo de tela com exercícios físicos e hábitos saudáveis. “Atividades que fortalecem a musculatura, como pilates e alongamento, são fundamentais para evitar lesões. Além disso, manter uma rotina ativa ajuda a reduzir o impacto do tempo prolongado no celular e no computador”, finaliza.

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