Mais de 90% dos municípios brasileiros não oferecem políticas públicas específicas de suporte e diminuição dos casos de abandono de animais. Os dados são de um levantamento realizado pelo Governo Federal. Segundo os dados apurados na pesquisa, apenas 7,2% dos mais de 5.500 municípios brasileiros sinalizaram a existência de ações para a diminuição dessa problemática.

A médica veterinária e docente da Facimp Wyden, Fernanda Karollyne, explica que esses animais soltos nas ruas estão sujeitos constantemente a diversos perigos, como atropelamentos, maus-tratos e lesões em disputas por território, além de doenças infecciosas e parasitárias. “No que diz respeito à saúde, esses animais de rua estão expostos e vulneráveis a patologias como esporotricose, escabiose, leptospirose, leishmaniose, toxoplasmose, entre outras doenças zoonóticas que podem ser transmitidas, inclusive, para os seres humanos”, destaca.
Fernanda também alerta para a falta de políticas públicas voltadas à conscientização da população sobre os cuidados com os animais. “Eventos e palestras sobre a importância da adoção responsável, campanhas de castração para evitar a procriação indesejada e incentivo a levar os bichinhos ao veterinário regularmente deveriam ser mais comuns para ajudar a reverter essa realidade”, avalia.
O que é preciso fazer ao adotar um animal de rua?
A médica veterinária indica alguns cuidados essenciais ao adotar um animal de rua. O primeiro passo é garantir a higienização com um banho adequado, seguido da desparasitação (uso de produtos contra pulgas e carrapatos) e da vermifugação (eliminação de vermes redondos e chatos). Além disso, é fundamental oferecer uma ração de qualidade, rica em nutrientes, para fortalecer o animal.
Outros pontos importantes incluem a vacinação, que consiste em três doses da vacina antiviral (V10 ou V8 para cães e V3 ou V4 para gatos) e uma dose da vacina contra a raiva. Para cães, recomenda-se também o uso de coleira repelente para protegê-los contra o mosquito transmissor da leishmaniose. Por fim, a castração é essencial para prevenir a superpopulação de animais de rua. “Seguindo essas recomendações, cães e gatos estarão protegidos e preparados para uma nova vida ao lado de suas famílias adotivas”, conclui a profissional.
