Só 35% veem governo Lula melhor que o de Bolsonaro, Revela Pesquisa 

Levantamento do Instituto Opinião mostra que que 41,5% avalia a administração Lula como pior que a anterior e 17% considera as duas iguais

A última pesquisa conduzida pelo Instituto Opinião, que foi revelada na segunda-feira, 14, fez comparações entre a administração de Lula e o governo precedente. Foi constatado que para 41,5% dos participantes, a gestão petista é inferior à de Jair Bolsonaro, enquanto 35,7% acreditam que é superior.

Na região Nordeste, ainda 41,7% acreditam que a “gestão atual” é melhor que a anterior. Contudo, em todas as outras regiões, a percepção predominante é de que o governo deteriorou.

Foto: Reprodução/Instituto Opinião

“Essa comparação direta com Bolsonaro é um termômetro importante”, diz Arilton Freres, sociólogo e diretor do Instituto Opinião. “Ela mostra que Lula ainda não conseguiu consolidar uma percepção clara de mudança positiva, especialmente fora do Nordeste.” 

As entrevistas ocorreram por telefone, no período entre 9 e 11 de abril. No que diz respeito à avaliação geral do governo de Lula, “ruim” ou “péssimo” é a opinião de 42,1% dos brasileiros. Segundo a pesquisa, 29,8% consideram a administração petista como “regular”, enquanto 27,8% dos entrevistados a classificam como “ótima” ou “boa”.

A insatisfação com o governo é particularmente acentuada nas regiões Sul e Sudeste, onde supera 44% dos entrevistados. No Nordeste, conhecido como um forte bastião de apoio ao Partido dos Trabalhadores, a situação é mais equilibrada, com uma diferença mínima entre a reprovação, que atinge 33,4%, e a aprovação, com 32,6%.

Foto: Reprodução/Instituto Opinião

Reprovação no Nordeste se aproxima da aprovação 

A forma como Lula governa o país é aprovada por 44,6% dos entrevistados e desaprovada por 53,6%, seguindo o mesmo padrão de divisão. No Nordeste, a aprovação é mais alta, com 54,7%.

Em termos de perfil, a aprovação da gestão é tendenciosa entre os jovens de 16 a 24 anos (52,9%) e as mulheres (50,3%). Por outro lado, os homens (60,9%) e indivíduos com renda superior a cinco salários mínimos (62,3%) apresentam uma postura mais crítica.

“A rejeição entre os mais ricos e entre os evangélicos é muito significativa”, avalia Freres. “Mas é preciso observar que o governo mantém apoio entre os mais jovens e os que ganham até dois salários mínimos.” 

 Foto: Reprodução/Instituto Opinião

Quanto à percepção pública do petista, a opinião negativa é predominante: 47,9% veem sua imagem como “mais negativa”, em comparação com os 30,5% que a percebem de maneira positiva. A visão negativa é mais acentuada entre os homens (54,1%), especialmente entre os mais educados (52,7%).

“Existe um desgaste evidente da figura do presidente entre parcelas mais críticas e informadas da população, o que exige um esforço renovado de comunicação institucional”, avalia o presidente do instituto.  

População aprova medidas pontuais do governo Lula 

Embora a avaliação geral seja negativa, algumas ações específicas do governo federal têm significativo apoio. O “programa Celular Seguro”, que possibilita o bloqueio remoto de dispositivos roubados, recebeu aprovação de 80,3% dos participantes da pesquisa. A ideia de isentar o Imposto de Renda para aqueles que ganham até R$ 5 mil foi aprovada por 76,2%.

Foto: Reprodução/Instituto Opinião

A avaliação do Crédito do Trabalhador, que disponibiliza empréstimo para trabalhadores com carteira assinada, se mostrou mais equilibrada. A iniciativa foi aprovada por um terço dos entrevistados (33%), enquanto 32% a reprovaram.

Contudo, a denominada “Lei da Reciprocidade”, que sugere taxas equivalentes às impostas pelos Estados Unidos, reacende a tendência de desaprovação expressiva. A proporção de pessoas que rejeitam essa medida é de 41,5%, enquanto a aprovação decisiva é de apenas 35,7%.

A pesquisa do Instituto Opinião entrevistou 2 mil indivíduos com mais de 16 anos, de todas as regiões do Brasil, com uma margem de erro de dois pontos percentuais e um nível de confiança de 95%. Ao longo de 2025, outras duas pesquisas serão realizadas e seus resultados serão divulgados em agosto e dezembro.As informações são da Revista Oeste. 

Fonte:Contrafatos