Senador Rogério Marinho denuncia chefe da PF por favorecer sindicato ligado ao irmão de Lula.
Senador acusa diretor da Polícia Federal de conduta antiética e favorecimento ao Sindnapi, entidade ligada a Frei Chico
O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, protocolou nesta segunda-feira (19) uma representação na Comissão de Ética Pública da Presidência da República contra o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues.
Segundo o parlamentar, Rodrigues violou o Código de Conduta da Alta Administração Federal ao dar declarações públicas que teriam minimizado e ocultado a real situação do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), entidade cujo vice-presidente é Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Caso envolve suspeitas de fraude milionária no INSS
O caso gira em torno da Operação Sem Desconto, que investiga irregularidades em convênios do INSS com entidades sindicais. De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), 77% dos aposentados entrevistados nunca autorizaram os descontos em folha que beneficiaram sindicatos como o Sindnapi.
Mesmo assim, os valores repassados à entidade saltaram de R$ 23,2 milhões (2020) para R$ 154,7 milhões (2024) — um aumento de 567%.
Apesar disso, o diretor-geral da PF afirmou, em entrevista ao portal ICL Notícias no dia 25 de abril, que o Sindnapi “não é alvo de investigação”. Documentos oficiais e decisões da Justiça Federal contradizem diretamente essa afirmação. O próprio Judiciário determinou a suspensão do convênio com o sindicato por suspeitas de fraude.

Senador acusa uso político da Polícia Federal
Marinho classificou a postura do delegado como “conduta política camuflada sob o cargo público”. Segundo ele, o diretor desacredita investigações da própria PF e usa o cargo para favorecer aliados do governo.
“A conduta deduzida a partir do pronunciamento configura evidente infração ética. O diretor-geral ou tem acesso a informações sigilosas sobre as investigações contra o Sindnapi e o irmão do presidente da República, ou se manifestou de forma antiética e irresponsável”, diz Marinho na representação.
O senador também destacou que as declarações de Andrei Rodrigues “manipulam informações conforme sua conveniência política pessoal”, ferindo princípios como integridade, clareza e decoro — todos exigidos no exercício de função pública de alto nível.
Pedido de apuração e punição
A representação solicita à Comissão de Ética Pública a abertura de investigação e a aplicação das sanções administrativas cabíveis, caso seja comprovada infração ao código de conduta. O caso amplia as críticas de opositores ao que chamam de instrumentalização da PF para proteger figuras próximas ao presidente Lula.
