Entre 60% e 70% da população mundial apresenta alguma dificuldade de digerir a lactose,
açúcar presente no leite e derivados. Esse processo pode desencadear a intolerância à lactose.
No Brasil, segundo dados do Datafolha, aproximadamente 53 milhões de pessoas sofrem de
desconfortos gastrointestinais depois do consumo de alimentos com base láctea. Destes
sintomáticos, cerca de 90% ainda não têm um diagnóstico definido por um médico. Ainda há
muita desinformação sobre o tema, por isso elaboramos uma lista com as dúvidas mais
comuns:
– Todas as pessoas que relatam dificuldades digestivas podem ser consideradas intolerantes
à lactose
MITO: A má absorção é uma ineficiência do organismo em quebrar e transformar, em
partículas mais simples, a lactose. Isso ocorre em virtude de baixa concentração ou ausência
da enzima lactase do indivíduo. Por sua vez, a má absorção ou hipolactasia podem ser o gatilho
para o desenvolvimento da intolerância à lactose, que nada mais é do que a sintomatização da
má digestão no trato gastrointestinal, com o surgimento de cólicas, gases, diarreia e
estufamento, após o consumo de alimentos de base láctea.
– Alergia à proteína do leite e intolerância à lactose são iguais
MITO: A intolerância à lactose é um problema digestivo causado pela insuficiência ou
deficiência de lactase, o que não permite que a quebra da lactose ocorra no intestino delgado.
O açúcar permanece inalterado e segue para o intestino grosso, onde se acumula e começa a
ser fermentado pelas bactérias, liberando gases (Hidrogênio (H2), causando os desconfortos.
Enquanto a alergia é classificada como uma reação imunológica às proteínas do leite, que se
manifesta após a ingestão de uma porção, por menor que seja, de leite ou derivados.
Explicando de forma simples: por algum fator desconhecido, o sistema imunológico passa a
classificar a proteína do leite como uma ameaça ao organismo, provocando reações com o
objetivo de expulsá-la como alterações no intestino, na pele e no sistema respiratório.
– A intolerância à lactose pode se acentuar com o tempo
VERDADE: O organismo humano é programado geneticamente para diminuir a produção da
enzima lactase após a infância. Com menos lactase, a digestão da lactose fica mais difícil,
podendo causar os desconfortos da intolerância ou agravando o quadro. Uma solução para o
problema é a administração de lactase exógena com o acompanhamento de um médico ou
nutricionista. Esta condição é muito comum e afeta cerca de 60 a 70% da população mundial
adulta, variando de acordo com a etnia e região geográfica. Não há um período de vida
específico para que a pessoa comece a apresentar desconfortos de má digestão de leite e
derivados. Desta forma, ao identificar que os sintomas se tornam corriqueiros após o consumo
de alimentos de base láctea, é necessário que a pessoa procure orientação médica e receba
um diagnóstico mais preciso.
– A única alternativa para combater o desconforto da intolerância à lactose é por meio da
restrição alimentar
MITO: Além da diminuição do consumo de lactose, a pessoa pode optar pela suplementação
alimentar de enzima lactase. O método de suplementação por enzima lactase não possui
efeitos colaterais, mas deve ser acompanhado por um profissional da saúde.
– Para as pessoas com intolerância à lactose não existem níveis para consumo de leite e
derivados sem apresentar os desconfortos gastrointestinais
Santa Clara – Rua Wisard 305, 3º Andar – São Paulo, SP – 05434-080
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MITO: Segundo estudos, mesmo para pessoas com sensibilidade à lactose, há níveis toleráveis
de consumo de leite e derivados em que é possível manter a qualidade de vida, sem
apresentar os desconfortos gasrointestinais. A porção diária pode variar entre 12 e 13 gramas.
Para quantidade entre 14 a 18, o consumo deve vir acompanhado de outros alimentos junto
com o leite e ou derivados.
– Apenas por meio de exame de sangue você pode ser diagnosticado como intolerante à
lactose
MITO: Atualmente há também o exame do hidrogênio expirado, onde o indivíduo assopra em
um equipamento, como se fosse um bafômetro, após a ingestão de solução com lactose. O
hidrogênio é produzido pela flora bacteriana devido à problemas de digestão da lactose.
Então, o gás é cai na corrente sanguínea e é exalado na respiração.
– A lactose está presente em todos os alimentos lácteos.
MITO: Por meio do processo de fabricação, alguns produtos de base láctea perdem
naturalmente a lactose, como é o caso de alguns tipos de queijos. Já outros produtos não
lácteos, como por exemplo, salsicha e presunto têm a lactose adicionada.
– Leite de soja não contém lactose
VERDADE: A lactose é um açúcar natural presente apenas em leites de origem animal, seja de
bovinos, caprinos, entre outros. Os leites oriundos de extração vegetal, como o leite de coco,
de soja, arroz, entre outros, não contém lactose.
– Pessoas que optaram por dietas restritivas sem derivados do leite precisam fazer
suplementação de cálcio
VERDADE: Os derivados de leite são uma das principais fontes de cálcio do ser humano, não só
por seu grau nutricional, mas também por serem alimentos muito palatáveis. A dieta restritiva
pode gerar deficiência em outras substâncias vitais para o corpo humano, como a vitamina A e
D, e a riboflavina (vitamina B2) (REFERENDAR). Por isso, o acompanhamento médico e
nutricional se faz tão importante para as pessoas que fizerem esta opção.
– A intolerância à lactose varia entre as diferentes etnias
VERDADE: Estudos realizados mostram que o grau de incidência varia conforme os povos e as
regiões geográficas do planeta, sendo apenas de, aproximadamente, 5% no nordeste da
Europa. A prevalência aumenta em direção ao centro-sul daquele continente e chega a quase
100% na Ásia e Oriente Médio. No Brasil, a avaliação do genótipo dos indivíduos com
detecção do alelo relacionado à persistência de lactase, mostrou que 57% dos brancos e dos
mulatos possuem problemas de digestão de derivados de leite. Já entre a população negra, o
índice é de 80% e 100% entre os descendentes de japoneses.
– A intolerância à lactose restringe o convívio social
VERDADE: Uma vez diagnosticada a intolerância à lactose pode significar uma série de
restrições de convívio social, caso não seja adotada uma suplementação alimentar à base de
lactase. Será necessário que o indivíduo mude radicalmente seus hábitos alimentares,
passando a ser obrigatório a leitura de rótulos de alimentos, bebidas e medicamentos
industrializados, pois diversos produtos contém leite e derivados em sua fórmula, como
anticoncepcionais, medicamentos em comprimidos, salsicha, presunto, salame, alguns tipos de
adoçantes e cervejas, entre outros. Idas a lanchonetes e restaurantes ficarão condicionadas a
locais com cozinhas especializadas com cardápios com lactose free.
Referências
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Sugestão de leitura:
MATTAR, Rejane et al. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Revista da Associação Médica
Brasileira, v. 56, n. 2, p. 230-236, 2010. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302010000200025
DE MORAES, Adriane Elisabete Antunes; AMANCIO, Olga Maria Silverio. Declaração de Posicionamento da Sociedade Brasileira
de Alimentação e Nutrição sobre Consumo de Leite e de Produtos Lácteos e Intolerância à Lactose. Disponível em:
http://www.sban.org.br/publicacoes/posicionamentos/371/posicionamento-sobre- consumo-de- leite-e- de-produtos- lacteos-e-
intolerancia-a- lactose
Sobre o Grupo Eurofarma
O Grupo Eurofarma é a primeira multinacional farmacêutica brasileira com capital 100%
nacional. Reconhecido pela comunidade médica e sociedade por promover o acesso à saúde e
à qualidade de vida com tratamentos a preço justo, qualidade e inovação, está presente em 20
países. Além do Brasil, conta com operações próprias na Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia,
Peru, Uruguai, Equador, Venezuela, Paraguai, América Central (Guatemala, Belize, Costa Rica,
El Salvador, Honduras, Nicarágua, Panamá, República Dominicana), com escritórios no México
e em Moçambique para a submissão de dossiês.
Com 45 anos de existência, se posiciona com destaque nos segmentos em que atua: Prescrição
Médica e Isentos de Prescrição, Genéricos, Hospitalar, Licitações, Oncologia, Veterinária e
Serviços a Terceiros. Em seu portfólio constam mais de 280 produtos e, em 2016, foram mais
de 290 milhões de unidades de medicamento produzidas. No ano passado, o Grupo atingiu
receita de R$ 3,360 bilhões, 15,7% superior ao ano anterior, sendo o Brasil responsável por
85,8% deste valor (R$ 2,882 bi). O Grupo Eurofarma conta com cerca de 6.500 colaboradores
em todas suas unidades.
A Eurofarma investe 5% de suas vendas líquidas em Pesquisa & Desenvolvimento, sendo a
farmacêutica nacional que mais investe nesta área. Em 2016, foram R$ 141 milhões investidos
em P&D. Em 2015, a companhia obteve a aprovação do primeiro medicamento biossimilar da
América Latina, o Fiprima. Para mais informações, acesse www.eurofarma.com.br
Sobre a Eurofarma Brasil
Considerada uma das melhores empresas para se trabalhar, segundo o Great Place to Work, a
Eurofarma no Brasil conta com mais de cinco mil colaboradores, sendo a maior força de
propaganda médica do país, com mais de dois mil representantes.