Jornal Nacional: prefeitura de várias cidades do Maranhão dão calote e ficam sem luz.

As cidades que não ficaram no escuro estão funcionando na base da liminar na justiça.

Prefeituras de várias cidades do Maranhão deram o calote na conta de luz. As que não ficaram no escuro estão funcionando na base da liminar na Justiça.

A prefeitura de Cedral passa o dia todo fechada. É que a energia está cortada há mais de um ano por falta de pagamento. O gabinete do prefeito foi improvisado em uma salinha ao lado, onde funcionava uma farmácia pública.

O lugar também está com a conta atrasada, mas a prefeitura conseguiu o religamento na Justiça, alegando que tem medicamentos armazenados.

A Secretaria de Saúde também ficou sem luz e se mudou para o laboratório da cidade, que só tem energia por conta da mesma liminar. E a Secretaria de Educação, sem energia, se mudou para uma escola.

Ao todo, o município deve R$ 8 milhões à companhia elétrica. Em Tutóia, a prefeitura também teve a energia suspensa. Encontramos o chefe de gabinete atendendo no escuro.

O secretário adjunto de administração disse não estar muito preocupado com a situação. Com dívida que ultrapassa R$ 1 milhão, a prefeitura tem alugado prédios particulares para manter algumas secretarias funcionando. A de financias, se instalou numa quitinete.

Em São João do Paraíso, pelo menos sete órgãos públicos se mudaram para imóveis particulares por causa da dívida com a energia, que está perto de R$ 2 milhões. E em Santa Quitéria, a prefeitura, há dez meses, nem tem mais o relógio medidor.

A energia chega por esse fio que vai dar neste gerador – improviso que funciona o dia inteiro. Um jeitinho que a prefeitura encontrou pra não ficar sem energia por causa da conta atrasada. A dívida está em mais de meio milhão de reais. O gasto mensal com o gerador passa de R$ 6 mil.

A Prefeitura e a Secretaria de Educação da cidade vizinha, Araioses, também funcionam na base do gerador.

Para a empresa que distribui energia no Maranhão, o custo do calote acaba repassado para os outros consumidores.

“É um custo de gerar, transmitir, distribuir e operar esse sistema. Se há inadimplência compromete toda essa cadeia,” diz Marcos Almeida, diretor comercial da CEMAR.