Ontem, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a Presidente do Centro de Cultura Negro Cosme, Professora Maria da Natividade, em tribuna popular, apresentou as dificuldades e conquistas relacionadas ao movimento negro em Imperatriz.
Natividade disse que são 18 anos de atuação na sociedade não só em Imperatriz, mas em toda região e que estar na casa de leis é extremamente significante, primeiro porque reforça e cria o espaço de relações com as outras instituições e reforça o posicionamento de uma sociedade afrodescendente.
Explicou que as vezes a sociedade brasileira fecha os olhos para vários problemas que a pessoa negra – que é a maioria no país – sofre, principalmente a juventude. Como profissionais coma mesma idade e capacidade são tratados de formas diferentes e não tem as mesmas oportunidades.
“Hoje vivemos numa sociedade extremamente dividida e individualizada. Devemos lembrar que o discurso de que o jovem é o futuro de amanhã, se não agirmos e cuidarmos dos nossos jovens e crianças esse futuro não chegará. Precisamos aprender diariamente sobre nossa ancestralidade africana pois todos nós somos descendentes alguns com mais tinta, outros com menos tinta mas todos nós somos parte dessa mesma mistura”, disse.
A presidente expôs também que não consegue apoio e nem ajuda, para realização de seminários ou ações de conscientização. Um trabalho para as gerações futuras que precisa existir para colaborar com uma sociedade que realmente atenda a grande maioria das pessoas que são e negras e moram quase toda na sua totalidade no nas periferias dos grandes centros.
Chamou atenção para o aumento assustador do número de assassinatos de mulheres negras e que as pessoas precisam reeducar o olhar para que aconteçam mudanças nas ações cotidianas e assim construir um mundo melhor.
Finalizou convidando e pediu a ajuda de todos os parlamentares, mas principalmente das vereadoras, no apoio aos dezesseis dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher que começa dia 25 de novembro e termina dia 10 de dezembro, com participação efetiva de todos, para que se reveja esse quadro de violência que as mulheres sofrem aqui no município e haja mudança de postura, para que se possa dar um futuro melhor para as pessoas que não tem vez nem voz, que vivem na periferia e na zona rural, mas continuam contribuindo para o crescimento cultural, pessoal, político e social de toda a sociedade, mesmo muitas vezes sendo discriminados.
Sidney Rodrigues – ASSIMP
Fotos – Sidney Rodrigues