Vereadores afirmam que a Equatorial não tem compromisso algum com o social: “Empresa assassina, matou uma idosa em Imperatriz”

Diante da repercussão de um vídeo amplamente divulgado nas redes sociais na tarde da última terça-feira, os vereadores Hamilton Miranda (PP), Chiquim da Diferro (PSB) e Maura Barroso (PROS) se posicionaram de forma dura em tribuna na sessão de ontem (05), contrários às práticas recorrentes da empresa Equatorial (antiga Cemar) e na forma de tratamento que os funcionários dispensam aos consumidores.

Hamilton fez um apelo aos vereadores, a Associação Comercial (ACII) e as autoridades, para que tomem providencias urgentes, pois do modo que está não pode continuar.

“Acredito que a empresa esteja pautada na lei, mas não tem um pingo de responsabilidade social. Tem que dar satisfação e esta casa não pode ficar omissa. Não se sabe nem quem é o dono, só leva recursos, não faz nada por Imperatriz. Empresa assassina que matou uma pessoa e quero saber quem vai assumir isso. Hoje foi no Itamar Guará, mas pode ser em qualquer outro lugar que estejam administrando. A função do funcionário é difícil, ou ele faz o serviço ou é mandado embora, mas faltou a sensibilidade do servidor. Estamos até agora buscando entender, pois é uma atitude legal, mas imoral”, disse.

O vereador pediu que seja feita mais uma audiência pública, pois já houveram várias discussões em plenário sobre os cortes em fins de semana e outras situações, mas a empresa deu respostas totalmente insatisfatórias. Afirmou que preferem pagar um valor irrisório toda vez que é acionada na justiça, ao invés de se ajustar; cortam o fornecimento de energia por ligações supostamente irregulares e pagam mil, dois mil de indenização quando perdem a questão. Certificou que de cada 100 pessoas prejudicadas nem 10 entram contra a empresa, o que para ela é altamente vantajoso.

Zesiel Ribeiro (PSDB) comentou que toda empresa deve ter responsabilidade social, saber lidar com os servidores e consumidores, mas a Equatorial não faz isso e tem em sua missão e objetivo – que ele mesmo diz ter lido em uma placa – a ‘obsessão pelo lucro’.

Chiquim da Diferro usou também a tribuna. Disse que essa é a hora dos deputados da região (Marco Aurélio e Rildo Amaral) fazerem uma lei estadual que regulamente as práticas da empresa de energia, pois está revoltado com essa situação.

Citou a Caema que desrespeita os consumidores, não cumpre seu papel e incluiu a empresa VIVO que não tem consideração alguma com os usuários, não cumpre a lei que disciplina as filas e também não atende direito por que não existe lei específica para as empresas de telefonia.

“Uma idosa que chegou a óbito por não ter energia, por atraso de um talão, e ficou impossibilitada de usar um aparelho respirador. É inadmissível o que essas empresas prestadoras de serviço fazem. Não respeitam ninguém, nem que esteja dependendo delas para não morrer”, afirmou.

Maura Barroso tratou igualmente sobre o caso da idosa. Para ela a Equatorial – se for comprovada a morte pela falta do uso do aparelho – tem que ser responsabilizada, por ser um ato criminoso. Mesmo que a senhora tivesse falecido, mas usando o aparelho, não existiria essa situação alarmante que está tendo repercussão em todo o país.

“A vida da idosa não volta, mas podemos evitar que casos como aquele aconteçam com outras pessoas. É crime. Vimos a imagem de alguém que saiu do hospital, precisando de atendimento e o funcionário sem nenhum preparo e humanidade. Uma empresa que tem de forma abusiva aplicado taxas, valores altíssimos e mostrado muito desrespeito. Ontem passou dos limites com alguém de 92 anos que trabalhou a vida toda, para no fim ser tratada dessa forma. Feriu a dignidade da pessoa humana e eu convoco os poderes públicos, as promotorias e as autoridades competentes a se manifestarem. O que indigna é a forma como foi tratada. No estatuto do idoso diz que é crime expor a perigo a vida do idoso, ainda mais com meios desumanos”, manifestou.

Para a maioria dos vereadores a empresa tem que responder e pagar na forma da lei o resultado dessa ação desastrosa. Disseram ser deprimente ver aquela senhora ainda em vida, precisando de acolhimento, de ajuda e respeito e o funcionário da empresa chegar e desligar a energia daquela forma. Mesmo sendo questionado e explicado, ele continuou sem dizer nada, nem deu satisfação. A Câmara quer que a Equatorial compareça e explique esses atos truculentos que são contínuos e entenda que dar algumas geladeiras e trocar lâmpadas não é fazer nada pelas pessoas.

O plenário foi unanime em querer respeito principalmente aos idosos que muitas vezes precisam de um aparelho que vai garantir suas vidas. Por isso os funcionários são mal recebidos e agredidos, pois são verdadeiros jagunços, trocando vidas por metas e porcentagens.

“Não vamos nos calar, pois aqui é o lugar para trazermos essa tragédia à tona, que deixou todos indignados”, finalizou Maura.

Sidney Rodrigues – ASSIMP

Foto – Fábio Barbosa