Anderson Silva e UFC deram as mãos e chegaram ao acordo perfeito. A organização conseguiu encontrar um substituto à altura de Jon Jones, cortado por doping, e o lutador brasileiro recebeu a esperada oportunidade de brilhar em um megaevento. Chamado às pressas para enfrentar o americano Daniel Cormier, Anderson voou imediatamente de sua casa em Los Angeles até Las Vegas e se disse empolgadíssimo por reforçar o card do UFC 200, neste sábado. O duelo não valerá o cinturão dos meio-pesados e nem será a luta principal da noite (como ocorreria caso Jon Jones estivesse no octógono), mas segundo o atleta de 41 anos, representa um dos grandes desafios de sua vitoriosa carreira.
“Ter um desafio como esse é sensacional. Sou um abençoado de poder lutar contra um cara como o Cormier. Só posso dizer muito obrigado ao Dana White e aos meus fãs. Independentemente do resultado, estou aqui para me testar, não para dizer que sou melhor do que alguém. O que eu fiz, está feito. Acredito que ninguém irá chegar perto do que fiz”, disse, muito sorridente, o ex-campeão dos médios do UFC.
Anderson não atua desde 27 de fevereiro, quando perdeu para o britânico Michael Bisping, em Londres, em duelo com resultado contestado. O brasileiro estava escalado para enfrentar o americano Uriah Hall no UFC 198, em Curitiba, em maio, mas foi cortado de última hora por causa de uma inflamação na vesícula biliar que o obrigou a passar por cirurgia.
Já em Las Vegas, Anderson admitiu que não vinha treinando em ritmo forte, mas acredita que pode realizar uma boa luta diante do campeão linear dos meio-pesados. “Nunca parei de treinar, na verdade, mas treinar, treinar mesmo, eu não estava. Não imaginava que iria lutar. Mas se você quer paz, tem que estar preparado para a guerra”, disse. “Se eu estivesse preocupado, não estaria aqui. Luta é luta. Posso fazer uma boa luta com ele, sim, mesmo estando há tanto tempo sem treinar e vindo de cirurgia”, completou o ídolo do MMA brasileiro.
Em certo ponto da coletiva, Anderson admitiu que partiu dele próprio a oferta para substituir Jon Jones. O brasileiro, que também foi suspenso por doping no ano passado, mandou uma mensagem de apoio ao lutador americano. “Temos que nos cuidar e saber de tudo que tomamos. Desejo tudo de bom para ele e espero que ele não fique bravo por eu ter pedido essa luta no lugar dele”, brincou.
Com o corte de Jon Jones, o UFC definiu que a luta principal do evento de sábado será a disputa do cinturão peso-galo feminino entre a campeã, a americana Miesha Tate, e a brasileira Amanda Nunes. A luta de Anderson Silva contra Daniel Cormier será a antepenúltima.