Entenda os motivos que levam à subida de preço na gasolina

Com o anúncio oficial da Petrobras, na última semana sobre o quarto aumento no preço da gasolina em 2021, surge o espanto e o questionamento da população sobre as motivações que levam à subida desses preços com tanta constância. Entenda agora os motivos que levam a esse processo de aumento:

Preço do combustível nas refinarias

Essa parcela é responsável por cerca de 29% no valor final da gasolina, segundo dados de um levantamento de preços feitos pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP).

O preço é baseado nos valores internacionais e na taxa de câmbio, pois o valor do barril é vendido em dólar, com isso essas variações dependem das alterações constantes da moeda no mercado financeiro.

Os impostos

Cerca de 44% do preço da gasolina é composto por impostos, sejam eles federais (ICMS) ou estadual (PIS, Pasep, Confins e Cide). Baseado nos dados da ANP, dos 44%, 15% são de tributos federais e 29% dos estaduais

Valor do etanol anidro

O etanol anidro é um composto importante na mistura para a venda da gasolina, ele tem parcela de 15% no custo do combustível, e também sofre constantes alterações no seu preço. 12% da distribuição e revenda completam a porcentagem.

O economista e professor do núcleo de negócios da faculdade Facimp, Antonio Eustaquio Neves Ladeia, explica que o Brasil é obrigado a importar combustíveis e derivados de petróleo – produtos cujos preços são determinados pelas leis de oferta e de demanda do mercado internacional. Essas importações são pagas em dólar americano, devendo ser considerada, aqui, a variação cambial (preço da moeda estrangeira em moeda nacional), à qual está sujeito qualquer país importador (vale para quaisquer produtos transacionados no mercado externo). Significa que uma desvalorização do real frente ao dólar provoca encarecimento das importações.

“A autossuficiência do Brasil em reservas de petróleo é apenas nominal. O país tem capacidade de extrair quantidades superiores à demanda interna, mas é obrigado a exportar, como produto primário de baixo valor agregado, grande parte dessa produção. Isso se deve ao fato de que existe um descasamento entre a tecnologia utilizada pelas refinarias nacionais e o tipo de óleo extraído”, explica o economista.