Próximo de ter a cassação do mandato decidida no plenário da Câmara, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) apresentou nesta terça-feira (2) um mandado de segurança ao Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a continuidade do processo.
De acordo com a Folha de São Paulo, a defesa do peemedebista listou uma série de supostas irregularidades tanto no Conselho de Ética quanto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da representação que pede o fim de seus direitos políticos.
Em 14 de julho, a CCJ rejeitou, por 40 votos a 11, o recurso do parlamentar Uma semana antes, Cunha renunciou à presidência da Casa em busca de se salvar. Se perder o mandato, o peemedebista perde o foro privilegiado e as investigações de que é alvo passam para as mãos do juiz Sérgio Moro.
Em outra estratégia é tentar esvaziar o plenário no dia em que a cassação for a voto. Aliados calculam que cerca de 200 deputados não aparecerão, de acordo coma a Folha. Como são necessários 257 votos para o afastamento definitivo do deputado, ausências o beneficiam.
Pressionado por deputados contrários a Cunha, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RO) afirmou que fará a leitura do parecer na próxima segunda-feira. Ele não marcou,contudo, a data da votação.
O governo interino de Michel Temer teme que a cassação de Cunha possa prejudicar o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Maia já afirmou que só colocará o tema em votação quando houver quórum de 460 parlamentares e que sua prioridade são pautas econômicas, como a dívida dos estados.
Réu por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Lava Jato, Cunha é acusado de mentir à CPI da Petrobras ao negar ter contas no exterior. Tais contas foram abastecidas com recursos desviados da Petrobras, de acordo com as investigações da PGR e da Polícia Federal.