Docente do IDOMED aponta as principais diferenças entre as doenças respiratórias.
O aumento expressivo de casos de gripes e Covid-19 nas últimas semanas causou novo colapso nos hospitais e postos de saúde de todo o país. E o que mais tem preocupado é o surgimento de casos em que ocorre a infecção simultânea de Influenza (Gripe) e Covid-19, caso clínico denominado internacionalmente como Flurona.
Os casos de Influenza, Covid-19 e Flurona são alarmantes e, de acordo com a Dra. Ângela M. Ginbo, médica infectologista e docente IDOMED, esse aumento ocorreu devido a uma junção de diversos fatores. “A pandemia não acabou e houve o relaxamento da população em relação às medidas de prevenção das doenças respiratórias, especialmente quanto ao uso das máscaras e evitar aglomerações. Além disso, tivemos a chegada da nova variante Ômicron; a baixa adesão à Campanha de Vacinação contra Influenza (Gripe) e o aparecimento da nova variante da Influenza A, a H3N2 Darwin”, explica a infectologista.
Segundo a médica, no início dos sintomas não há como diferenciar uma doença da outra. O que vai determinar o diagnóstico é o resultado do exame específico para cada doença. “Mesmo nos casos de coinfecção Covid-19 e Influenza A, os sintomas iniciais podem ser mais brandos em quem foi vacinado. O importante é observar os sinais de alarme e os grupos de pessoas que apresentam risco para agravamento das doenças”, destaca Dra. Ginbo.
A pessoa infectada, simultaneamente por Covid-19 e Influenza, poderá iniciar seu quadro clínico com febre (normalmente súbita), tosse ou dor de garganta, dor de cabeça, dor no corpo ou dor em articulações, coriza, perda do paladar e do olfato. Sensação de falta de ar ou desconforto respiratório indicam maior gravidade no quadro. Devem procurar assistência médica quem apresentar os seguintes sintomas:
· Febre por mais de três dias seguidos;
· Retorno da febre depois de dois dias sem esse sintoma;
· Confusão mental, sonolência;
· Agravamento do quadro respiratório, seja com sensação de falta de ar, desconforto para respirar ou frequência respiratória aumentada;
· Sensação de tontura;
· Importante dor muscular.
Pessoas acima de 60 anos e crianças menores de cinco anos de idade, pessoas com doenças crônicas (problemas cardíacos, diabetes, doença respiratória, doenças hematológicas), obesos, imunodeprimidos, gestantes e puérperas fazem parte do grupo de maior risco para agravamento.
Para evitar as infecções, a Dra. Ângela recomenda alguns cuidados essenciais. “O uso correto da máscara, higienização constante das mãos e distanciamento social são atitudes que, comprovadamente, bloqueiam a contaminação. Outra importante ferramenta é a vacina. As três doses contra Covid-19 podem não impedir em 100% a infecção por coronavírus, mas tem evitado as formas graves da doença e a necessidade de internação em unidade de terapia intensiva”, conclui.
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