É comum o hábito do brasileiro naturalizar os incômodos e negligenciar os sinais que alguma dor pode apontar. Algumas vezes, o alerta aponta algo simples, mas também pode significar algum quadro que requer um cuidado especial. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em conjunto com a Sociedade Brasileira para Estudo da Dor mostrou que 42% dos brasileiros afirmam sofrer com algum tipo de dor e 37% sofrem com algum incômodo crônico, onde é praticado a máxima do “aprender a conviver as dores”.
Popularmente conhecida como “dor nas juntas”, os problemas nas articulações estão entre os mais comuns incômodos encarados no dia a dia, podendo ser algo simples e passageiro, mas sem descartar a possibilidade de ser algo mais sério e até crônico.
O médico ortopedista do Sistema Hapvida, Carlos Eduardo Ferreira, dá mais detalhes sobre os diferentes tipos de problema na área e explica sinais que apontam uma maior atenção. Segundo ele, as causas podem ser variadas. “As mais simples estão relacionadas, em sua maioria, ao excesso de peso, que gera consequências por conta da sobrecarga nas articulações dos membros inferiores, tais como quadril, joelho e pé”. Outro transtorno bastante comum são os traumas, como, por exemplo, em acidentes ou pancadas na prática esportiva, gerando uma alteração na composição articular.
Também há os casos motivados pelo envelhecimento com o desgaste natural da articulação, como no caso das artrites e artroses, causadas pelo processo degenerativo com o passar dos anos, inflamando as articulações e evidenciando as dores. Mas se engana quem pensa que é um problema exclusivo dos idosos – muitos jovens apresentam doenças autoimunes, como a artrite juvenil, onde antes mesmo dos 16 anos surgem inflamações nas articulações, além de outras partes como a pele, olhos e até o coração.
Quando se preocupar?
O médico ortopedista explica que as pessoas precisam estar atentas quando há uma dor constante, sem alívio, ou quadros com deformidade na articulação, bastante comuns nos dedos e joelhos. “Aqueles casos de bloqueio articular, que impedem o movimento simples e natural da pessoa também são sinais de alerta”, completa Carlos Eduardo, indicando a procura imediata de um especialista para fazer o diagnóstico e tratamento.
O médico comenta que o tratamento depende do grau e das características dos sintomas, checando a necessidade de cada caso. Ele destaca a importância de uma equipe multidisciplinar no apoio ao médico ortopedista ou reumatologista, com a presença de nutricionista, endocrinologista, fisioterapeuta, psicólogo, apoiando em questões de monitoramento do peso e metabolismo, além de aspectos motores e mentais.