Quadro de dificuldade na respiração exige cuidado e investigação clínica

Subir a escada ou fazer uma caminhada mais acelerada para muitas pessoas é sinônimo de dificuldade, que resulta em uma respiração ofegante, cansaço exagerado entre outros desconfortos. O sedentarismo, obesidade, falta de preparo físico ou alguma enfermidade mais séria podem apresentar sintomas similares e deixar o indivíduo confuso.

Mas afinal, o que fazer e quando deve haver uma preocupação maior? Com o objetivo de aprofundar mais sobre o tema e descobrir quando é necessário se preocupar e procurar tratamento, o médico pneumologista do Sistema Hapvida, Walter Netto, esclarece esses e demais detalhes.

A análise clínica

“É importante investigar os sinais e sintomas apresentados pela pessoa, principalmente o momento em que eles começaram a aparecer. Outro detalhe importante é checar uma possível associação com os esforços, seja grande, moderado, leve ou até nenhum, para relacionar com a apresentação do quadro de cansaço e falta de ar”, explica Walter.

Além disso, é necessário saber se a pessoa começou a apresentar os sintomas após a exposição e inalação de uma substância agressiva ao sistema respiratório, como, por exemplo, fumaça, poluição, cheiros fortes e demais agentes que interferem diretamente na respiração.

Relação com doenças do sistema respiratório

Existem doenças respiratórias crônicas que podem apresentar crises e justificar o estado de dificuldade na respiração. A asma e a Doença Pulmonar Obstrutiva (DPOC) são alguns exemplos dessas enfermidades que podem dar gatilho para um quadro de preocupação e falta de ar por parte do paciente.

O especialista cita a importância do tratamento de manutenção nesses quadros clínicos, no intuito de evitar possíveis crises e, caso venham a acontecer, o direcionamento e abordagem serem mais assertivos junto ao médico.

Relação com demais doenças

Walter cita que é essencial ter uma ampla visão clínica, pois, não são só doenças respiratórias que podem levar a um estado de crise, outros sistemas do corpo devem ser investigados, como, cardiológico, endocrinológico, metabólico, gastrointestinal, neurológico, dentre outros.

Muitos casos de problemas cardíacos têm sintomas relacionados ao cansaço e falta de ar, por isso a importância de uma equipe multiprofissional numa análise conjunta e de abordagem mais criteriosa, com a possibilidade de, além dos exames da parte pulmonar, realizar alguns que chequem a saúde do coração. O ecocardiograma e o eletrocardiograma são alguns exemplos de exames que analisam o estado clínico do órgão.

“Devemos imaginar o ser humano como uma máquina com várias engrenagens e se uma delas apresentar problema, pode gerar um sinal relacionado com outra parte. Por isso, é importante organizar toda essa engenharia corporal, ter um bom funcionamento total para a saúde ideal do paciente”, compara o médico pneumologista do Sistema Hapvida.

A obesidade e o sedentarismo são outros grandes vilões do sistema respiratório, gerando uma grave falta de condicionamento físico no corpo e aumentando a probabilidade de algum problema relacionado com a dificuldade respiratória aparecer.

Prevenção

Os cuidados na rotina e mudanças de hábitos podem ser essenciais no cuidado e manutenção da condição física e bom funcionamento do sistema respiratório. “Uma alimentação equilibrada e práticas regulares de exercícios, liberados por uma avaliação clínica, só levam a melhoria do condicionamento e do desempenho do sistema respiratório”, indica Walter, sobre ações que geram bem-estar e previnem as doenças relacionadas à respiração.

Quando os sintomas que prejudicam a respiração aparecem, deve ser procurado um serviço de emergência médica e dependendo do diagnóstico, se necessário, a pessoa será encaminhada para um atendimento especializado que fará o tratamento da doença que motivou o aparecimento desses sinais de alerta.image.png