Uma das mais conhecidas campanhas anuais, o Setembro Amarelo, realiza diversas ações de prevenção ao suicídio e valorização da vida. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase um bilhão de pessoas em todo o mundo – incluindo 14% dos adolescentes – vivem com algum tipo de transtorno mental. Já que trabalhar de forma preventiva é o melhor caminho, a família e a escola podem ter um papel fundamental na hora de identificar e lidar com um possível estado vulnerável das crianças e adolescentes, nos lares e escolas.
A psicopedagoga e integrante da diretoria do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado do Maranhão (Sinepe-MA), Elsa Balluz, explica que a escola é um espaço de convivência e transformação, que necessita trabalhar em sintonia com a rede familiar para entender e organizar melhor as dificuldades e frustrações dos jovens.
“Família e escola são pilares de primeira grandeza na formação do ser humano. E, como tal, se complementam, não há como dissociar. Filhos/alunos precisam ter um alinhamento baseado numa percepção de atributos contributivos, com muita parceria, comunhão, além de atenção, troca e escuta no ambiente familiar e escolar”, comenta Elsa.
PROGRAMAÇÃO ANUAL
Todos os anos, as iniciativas voltas para a saúde mental ganham destaque na mesma época do ano, baseadas também no Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, que acontece no dia 10 de setembro. A psicopedagoga explica que a campanha é bem importante, mas que as escolas precisam seguir esse exemplo mensal e aplicar uma programação anual.
“A temática deve ser lembrada durante o ano todo, não apenas no mês em questão. Nessa perspectiva é preciso trabalhar programas socioemocionais para todo o período letivo, com palestras, rodas de conversa, e ter projetos elaborados por especialistas, como os psicólogos escolares. Essas atividades precisam ser constantes, reconhecendo as diferentes emoções e como trabalhá-las de forma saudável, diante dos desafios que os jovens irão encontrar na vida”, explica.
A integrante da diretoria do Sinepe-MA conclui dizendo que um canal aberto ao diálogo e acolhimento de toda a equipe da escola é o primeiro grande passo.
“Na pandemia, por exemplo, vimos que a volta às aulas não seria possível sem esse trabalho tão delicado de acolhimento, para lidar com a incerteza, com o luto, com as perdas de uma forma geral. Projetos que valorizam a convivência, as trocas, a partilha de saberes e fazeres sobre como somos capazes de nos adaptar e mudar quando necessário, elevar a autoestima, ser e estar no mundo são ações e iniciativas indispensáveis para abordar os conflitos da adolescência”, finaliza Elsa.