Sabia que crianças também precisam passar por check-ups?

Férias escolares são momento propício para ver se está tudo em ordem com a saúde dos pequenos

Quando uma criança nasce, as consultas com o médico pediatra são mensais. Mas, quando vai crescendo, às vezes, são levadas ao médico apenas quando apresentam algum problema de saúde. A médica pediatra e professora do IDOMED, Sandra Coenga, reforça, porém, que crianças também precisam de acompanhamento e check-up, assim como os adultos. As férias escolares são o momento ideal para passar pelas consultas de rotina, já que preparam a criança para o ano escolar também.

Com o check-up nas férias, é possível identificar, por exemplo, problemas de visão ou auditivos que, lá na frente, podem impactar no desempenho escolar. Por esse motivo, a médica pediatra afirma que o check-up é imprescindível antes da entrada da criança na escola. Além de passar por um pediatra, a criança também deve ser levada a um oftalmologista e otorrinolaringologista, já que uma das principais causas de dificuldade de aprendizagem está relacionada aos déficits visual e auditivo.

Recentemente, a AAO (Academia Americana de Oftalmologia) estimou que, em 2050, metade da população terá miopia – distúrbio em que a principal característica é a dificuldade de ver de longe. Um dos motivos seria o uso excessivo de telas digitais. Comparado há cinco anos, o número de prescrições de óculos dos oftalmologistas no Brasil triplicou para crianças de 6 a 8 anos, comparado há cinco anos. A estimativa é que cerca de 20% dos jovens em idade escolar tenham problemas de visão.

“A Sociedade Brasileira de Pediatria tem orientado os pais a estimularem os filhos a olharem para o mais longe possível. Outra recomendação é controlar a exposição a telas. No caso de crianças menores de dois anos, as telas devem ser evitadas. Até os cinco anos, a exposição deve ser de uma hora, no máximo, sempre sob supervisão de um adulto. Entre os 6 e 10 anos, o limite deve ser de duas horas por dia”, lembra Sandra Coenga.

Sandra Coenga explica que, nos primeiros seis meses de vida, é recomendado que a criança passe por consultas mensais. Depois, as consultas devem ocorrer aos 9, 12, 15, 18 e 24 meses. “São as chamadas consultas de puericultura para acompanhar o crescimento, desenvolvimento, alimentação, vacinação e os cuidados de higiene. A partir dos 2 anos, essa consulta deve ser anual e, na adolescência, semestral”, afirma a professora do IDOMED.

De acordo com a médica pediatra, exames simples, como hemograma, devem ser feitos com frequência. “O exame permite verificar anemia, ferro sérico, ferritina. Além disso, é aconselhável fazer exame de urina e de fezes. No caso da criança obesa, é importante fazer um perfil lipídico, glicemia, hormônio tireoidiano”, orienta Sandra.

O acompanhamento médico permite ao profissional de saúde e à própria família saber se a saúde da criança está em dia. Segundo a médica, as curvas de crescimento de peso, comprimento ou estatura dão uma ideia de que a criança está crescendo e se desenvolvendo bem.

A médica pediatra lembra, ainda, que uma infância sadia e bem monitorada garantirá uma vida adulta saudável. “O acompanhamento é necessário, principalmente para monitorar crescimento e desenvolvimento, detectar patologias preveníveis, como dislipidemia, diabetes e hipertensão, e orientar sua prevenção”, diz Sandra.