No vale-tudo às vésperas da eleição, o governador Flávio Dino decidiu apelar para uma antiga prática que ele tanto combateu: liberação de recursos públicos através de convênios com entidades para garantir a eleição de candidatos a prefeito aliados do seu grupo político.
Em Lago da Pedra, onde Flávio Dino está empenhado até o último fio de cabelo para garantir a eleição do ex-deputado Mauro Jorge, o governo já liberou R$ 2,6 milhões para uma entidade denominada Associação da Escola Família Agrícola de Lago da Pedra.
O recurso foi liberado em três parcelas: a primeira no valor de R$ 852.820,00 EM 1° de setembro de 2015; a segunda em 6 de maio deste ano, no valor de R$ 645.556,24; e no dia 24 de junho, no montante de R$ 1.198.701,00, prefazendo um total de R$ 2.697.077,24.
Todos esses valores, com datas e especificações sobre a entidade beneficiária do convênio constam no Portal da Transferência do Governo do Estado para ampla consulta.
Dois fatores comprovam claramente o nítido propósito meramente eleitoreiro do governo do Estado para “agradar” a entidade associativa de Lago da Pedra. A primeira é que o convênio tenha um valor tão alto apenas para beneficiar a associação da Escola Família Agrícola de Lago da Pedra, em detrimento de tantas outras existentes no interior do estado que não receberam tal benefício.
Basta ver que em 2008, o mesmo convênio com a associação de Lago da Pedra foi firmado, mas repassado apenas o valor de R$ 36 mil.
Outro agravante é que o responsável por esta tal Associação da Escola Família de Lago da Pedra é nada mais nada menos do que um grande amigo e apoiador do candidato Mauro Jorge, o senhor Ricardo.
Segundo documentos e notícias publicadas na imprensa, Ricardo é presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lago da Pedra, entidade muito beneficiada por Mauro Jorge quando esteve à frente do Iterma.
Relatos dão conta que as instalações físicas da Associação estão deterioradas e os salários dos professores e servidores estão atrasados a mais de três meses.
Mais uma vez os convênios eleitoreiros voltam a ser usados, só que por um governo que tanto combateu esta prática. Eis um prato cheio de dinheiro para o Ministério Público investigar e punir.
Fonte:Luis Cardoso