Coçar é um hábito comum, mas as consequências podem ser sérias – aprenda como evitá-las

O prurido, como é conhecido tecnicamente a coceira, expõe desnecessariamente a pele e dá abertura a agentes danosos que causam infecção

Você sabe o que acontece com nosso organismo quando é gerada aquela sensação desconfortável de coceira? Esse sentimento incômodo é chamado de prurido e, geralmente, a alternativa mais simples e comum para acabar com o desconforto é utilizando as unhas diretamente na pele, coçando e gerando muitas vezes até uma sensação agradável.

A sensação de coçar nossa pele é ótima, mas temos que estar cientes dos prejuízos e riscos que esse mau hábito pode causar. Cláudio Cardoso, professor do Idomed Fameac (Faculdade de Medicina de Açailândia) e médico pós-graduado em Dermatologia, alerta e explica que o ato de coçar destrói a barreira cutânea protetora da pele, facilitando a entrada de agentes estranhos no corpo, invadindo tecidos e a corrente sanguínea, podendo ocasionar o desenvolvimento de infecções secundárias.

O que acontece com o corpo?

Vários fatores podem evidenciar o ímpeto pela coceira, dentre eles estão as reações alérgicas por inúmeros motivações diferentes como, por exemplo, através de picadas de insetos. “Tudo ocorre quando algo irrita a sua pele. Algumas células de defesa irão liberar substâncias químicas, como a histamina, levando a ativação de fibras nervosas. Estas, conhecidas como fibras do tipo C, são responsáveis por transmitir um sinal elétrico ao cérebro, que é interpretado como uma sensação de coceira”, detalha minuciosamente Cláudio.

Saiba mais sobre os riscos

Coçar abre as portas para organismos estranhos invadirem os tecidos da pele, como bactérias, fungos ou vírus, correndo o risco do desenvolvimento de uma infecção através da lesão ou ferida gerada pelo prurido.

O professor do Idomed Fameac, comenta que a lesão, permanecendo na camada superficial, pode levar a um evento mais simples como a vermelhidão. Contudo, as infecções podem se espalhar para outras partes do corpo, podendo causar febre, calafrios e outros sintomas sistêmicos graves, até mesmo sepse (quadro de incapacidade do sistema circulatório). Portanto, vale todo o cuidado e segurar o ímpeto na hora de coçar.

E o que pode ser feito então?

Cláudio aconselha a pessoa a manter a pele sempre hidratada, afinal, esse cuidado pode cortar pela raiz o prurido, pois muitas das coceiras surgem devido ao ressecamento. “Portanto, use sempre hidratantes suaves logo após o banho”, explica o médico, que ainda cita outra medida, que passa por evitar banhos quentes e prolongados pois a temperatura elevada favorece a destruição da barreira cutânea e aumenta a exposição aos microrganismos.

“Além dos detalhes anteriores, é importante não ficar se automedicando sem saber a causa da coceira. Muitas doenças graves podem ter como única forma de sintoma inicial o prurido”, aponta o especialista.

Caso a coceira persista por mais de semana, piore, ou ainda apresente demais sintomas como dor, vermelhidão ou inchaço, é importante procurar imediatamente um médico.

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