*Psicóloga Alessandra Augusto
A síndrome da cabana é um fenômeno psicológico onde o indivíduo apresenta dificuldade em reconectar com a vida social e profissional após um longo período de isolamento. Esse fenômeno psicológico é caracterizado por um amedrontamento desproporcional desencadeando uma ansiedade demasiada quando surgem situações em que a pessoa necessita deixar o ambiente doméstico para realizar tarefas ou interagir com pessoas.
Pode ser confundido com ansiedade ou depressão. Por desencadear a ansiedade, o indivíduo entende que está num ambiente seguro, adaptado, e que o externo pode conter objetos fóbicos e ameaçadores, ele desenvolve o transtorno de ansiedade. Em relação à depressão, esse indivíduo apresenta sentimentos de tristeza constante e sonolência.
Os sintomas mais comuns são a perda ou ganho de peso acentuado. Vai apresentar insônia, inquietação, irritabilidade e uma potencial desconfiança em relação ao ambiente e à segurança. Vai estar o tempo todo em alerta, com isso também podemos perceber sintomas de exaustão e enxaquecas.
As mais suscetíveis são aquelas que não conseguem lidar de uma forma rotineira com as suas emoções, têm dificuldade de lidar com os seus sentimentos, relações de conflito, oscilação de humor, dificuldade com automotivação, apresentam algumas compulsões e obsessões, além de alguns fatores genéticos.
É esperado que se busque ajuda de um profissional de saúde mental ou de uma equipe multidisciplinar. Nesse contexto, é feito o descarte do quadro de ansiedade e depressão. Nos quadros de ansiedade ou depressão, é possível ter fatores genéticos e o ambiente favorece para outros gatilhos e outros elementos estressores. Já a síndrome da cabana é diferenciada, porque ela tem na “circunstância” o fator desencadeante dos sinais e sintomas.
O tratamento pode ser acompanhado por um psiquiatra e psicólogo. Um psicólogo voltado para o cognitivo comportamental (TCC) pode ajudar muito, pois poderá usar uma técnica chamada dessensibilização. É uma metodologia voltada para quadros fóbicos, como elevador e animais. Ajudando o paciente de forma gradual e progressiva, é possível se adaptar de novo e voltar às atividades rotineiras.
Uma forma de prevenir é evitar o isolamento. A ideia é buscar conviver em grupo ou em conjunto, estar fora do ambiente de casa, desfrutando dos dias ensolarados. Estar com os amigos, ao ar livre, na claridade, também é terapêutico. Cuide-se e evite o isolamento.
(*) Alessandra Augusto é Psicóloga, Palestrante, Pós-Graduada em Terapia Cognitiva Comportamental e em Neuropsicopedagogia, Mestranda em Psicologia Forense e Criminal. É a autora do capítulo “Como um familiar ou amigo pode ajudar?” do livro “É possível sonhar. O Câncer não é maior que você”.
Agência Drumond – Assessoria de Comunicação
Joyce Nogueira
Assessora de Imprensa