Evento fez parte das comemorações do Dia Mundial da Água, celebrado anualmente em 22 de março.
De acordo com o último levantamento realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Imperatriz conta com apenas 48,3% de esgotamento sanitário. (Foto: Edmara Silva)
Em comemoração ao Dia Mundial da Água, celebrado anualmente em 22 de março, a Prefeitura de Imperatriz, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semmarh), realizou nesta sexta-feira (22), o 1º Seminário Municipal de Saneamento e Meio Ambiente. O evento, que teve como tema “Avanços e Desafios”, foi realizado das 8h às 18h, no auditório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) – Campus Imperatriz, na Av. Newton Bello, s/n – Vila Maria, grande Santa Rita.
Estiveram presentes no acontecimento o prefeito Assis Ramos, vereador presidente da Câmara Municipal, Alberto Sousa (PDT), secretários municipais, representantes da sociedade civil, educadores e estudantes.
Durante a cerimônia de abertura, o prefeito Assis Ramos (União Brasil), destacou sobre a importância e urgência de se executar de forma eficaz um projeto de saneamento básico em Imperatriz que há mais de 50 anos está sobre a responsabilidade da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema).
“O maior problema de nossa cidade e a falta de saneamento básico, são os esgotos a céu aberto. Isso traz outros problemas que refletem diretamente na saúde pública, no meio ambiente, na infraestrutura e no desenvolvimento da cidade. A consequência é o Socorrão super lotado, ruas intrafegáveis e a degradação do rio Tocantins. Temos riachos que cortam a cidade que são esgotos a céu aberto. Então é necessário a gente conscientizar a população e não ficar simplesmente colocando culpa no prefeito e no governador, mas que todos possam se unir para resolver essa situação. Desde quando assumi em 2017, na condição de prefeito, eu percebi que a estatal Caema, responsável pelo saneamento básico de nossa cidade, não tem capacidade de fazer o serviço que Imperatriz precisa”, destacou Assis Ramos.
De acordo com a secretária municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rosa Arruda, “não tem saneamento básico e nem meio ambiente equilibrado sem a participação da sociedade. É de fundamental importância que poder público e sociedade civil organizada se unam para que tenhamos bons resultados. E por quer escolhemos uma instituição de ensino? Para que os alunos participem de todas as palestras e sejam propagadores em suas casas, com seus aos amigos e entendam a importância do saneamento básico. Por quer o saneamento tem reflexos diretos no meio ambiente, na saúde pública, na economia e no desenvolvimento da cidade”, disse Rosa Arruda.
O professor Doutor Marcelo Francisco Da Silva, da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul) – Campus Imperatriz, um dos palestrantes do seminário, enfatizou que “discutir saneamento básico é importante em todos os níveis. Todos nós somos agentes do saneamento nas cidades. A população e os órgãos os órgãos públicos precisam se envolver para que seja construída uma proposta de saneamento, para que toda a cidade seja beneficiada”, disse Marcelo Francisco.
No evento, também houve o lançamento da Revista em Quadrinhos “SOS Riacho Cacau”, escrita pelo estudante, Ulisses Brandão de Aguiar, de 10 anos de idade, aluno do 5º ano da Escola Municipal Pirangi. Na oportunidade ele aproveitou para mandar uma mensagem à população. “A mensagem é que todas as pessoas façam sua parte e ajude o meio ambiente por quer ele precisa de bons cuidados. Caso não cuidemos do meio ambiente, não dar para ser viver bem”, falou Ulisses Brandão.
A Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Imperatriz (Ascamari), esteve presente com exposição de materiais artesanais produzidos com produtos recicláveis encaminhados para a entidade pelo projeto de coleta seletiva da Prefeitura.
De acordo com o último levantamento realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Imperatriz conta com apenas 48,3% de esgotamento sanitário.
Estima-se que a cada real investido em saneamento, o setor público economiza R$ 4,00 em medicina curativa. Mas esse número é relativo, porque esse investimento muda conforme o bairro da cidade. Se esse mesmo real for investido na periferia da cidade, com certeza a economia será bem maior, cerca de R$ 6,00 a R$ 8,00 na medicina curativa, aponta especialista da área da saúde.
As doenças originárias da falta de água limpa ou de saneamento básico são muitas: gastroenterite, diarreia, disenteria bacteriana, cólera, hepatite A, verminoses, arboviroses, leptospirose, febre tifoide, entre muitas outras. Se fossemos enumerar as doenças, a primeira da lista seria a diarreia. Só para se ter uma ideia, 88% das mortes por diarreia no planeta são causadas pelas precárias condições de saneamento. Outra doença grave é o rotavírus, que registra 40% das internações de crianças de até 5 anos.