Antes era conhecido como varíola dos macacos, hoje recebe o nome de Mpox, um tipo de vírus de DNA dos maiores e mais resistentes vírus que existem e vem chamando a atenção por suas características e capacidade de sobrevivência fora do corpo humano, o que explica o número de infectados no mundo todo. Só no Brasil 791 pessoas testaram positivo para a doença, segundo o Ministério da Saúde.
A biomédica Larissa Simielli, professora da Facimp Wyden, explica que o Mpox se diferencia de outros vírus de DNA por se replicar no citoplasma das células, ao invés do núcleo, o que lhe confere uma certa resistência. Segundo ela, “o envelope lipídico que envolve o vírus aumenta sua robustez, permitindo que ele sobreviva fora do corpo por mais tempo”.
A transmissão desse vírus ocorre principalmente pelo contato direto com a pele lesionada ou com fluidos corporais de uma pessoa infectada. Embora não seja considerada uma infecção sexualmente transmissível, o contato íntimo também pode ser uma via de contaminação. Larissa ressalta que “evitar contato com pessoas infectadas e manter hábitos de higiene são medidas essenciais de prevenção”.
Qualquer pessoa que tenha contato próximo com alguém infectado corre risco de contrair a doença, mas há grupos mais vulneráveis. Larissa alerta que “recém-nascidos, crianças, indivíduos imunocomprometidos e gestantes podem apresentar sintomas mais graves, além de um maior risco de morte.” Profissionais de saúde, devido ao contato constante com pacientes, também estão mais expostos ao vírus.
Os sintomas da infecção incluem febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, inchaço nos gânglios linfáticos e erupções cutâneas que podem evoluir para lesões com crostas. Essas lesões geralmente aparecem no rosto, nas palmas das mãos, nas plantas dos pés e em outras áreas, como a boca, genitais e olhos.
Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem sem a necessidade de um tratamento específico. No entanto, Larissa destaca a importância do cuidado com as erupções na pele e do uso de medicamentos para aliviar os sintomas quando necessário. Para casos graves, pode ser utilizada a imunoglobulina vaccinia (VIG) e o antiviral tecovirimat, aprovado para o tratamento da doença.
Existe uma vacina contra o vírus Mpox, mas a biomédica esclarece que “a disponibilidade é limitada devido à complexidade de produção, e por isso, neste momento, a vacina não é a principal estratégia de controle da doença”. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde incluiu a vacina na lista de uso emergencial, o que pode facilitar o acesso ao imunizante em todo o mundo.Apesar da complexidade do vírus, as medidas preventivas permanecem simples e eficazes: evitar contato com pessoas infectadas, higienizar as mãos com frequência e não compartilhar objetos pessoais.
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James Pimentel – Assessor de Comunicação