Levantamento realizado pelo jornal O Estado de S.Paulo verificou que, em 2.563 (48%) das 5.568 cidades em que houve eleições, pelo menos metade dos partidos representados não teria obtido uma única cadeira sem o artifício da coligação
Levantamento realizado pelo jornal O Estado de S.Paulo verificou que, se o fim das coligações nas eleições tivesse sido aplicado no pleito deste ano, em 91% dos municípios haveria redução do número de partidos nas câmaras de vereadores. A medida integra o conjunto de propostas de reforma política que tramita no Congresso, mas enfrenta forte oposição por parte dos partidos pequenos – principais beneficiados do sistema de coligações.
A redução da pulverização partidária no Poder Legislativo seria o principal efeito do fim das coligações. Isso se deve ao fato de que muitos partidos pequenos que, sozinhos, não conseguiriam alcançar o número mínimo de votos para eleger um vereador ou deputado, acabam “pegando carona” com siglas maiores por meio de alianças. Foi assim, por exemplo, que o PR se beneficiou em parte com o grande número de votos conquistados por Eduardo Suplicy (PT), vereador mais votado em São Paulo, e emplacou mais dois candidatos à Câmara Municipal da capital paulista.
Os principais partidos que contribuem com essa “carona” são PMDB e PSDB. Juntos, eles garantiram a eleição de 2.782 vereadores de outros partidos. Se não houvesse a política de alianças, as duas legendas poderiam ter obtido, respectivamente, 24% e 17% a mais de cadeiras.
O levantamento vai além e aponta que, em 2.563 (48%) das 5.568 cidades em que houve eleições, pelo menos metade dos partidos representados não teria obtido uma única cadeira sem o artifício da coligação.