Já não é de hoje a preocupação com o uso de câmaras de bronzeamento. Desde 2009, uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já proíbe a técnica de bronzeamento artificial baseada na emissão de raios ultravioleta (UV) para fins estéticos. Mesmo assim, quase 16 anos depois, ainda é comum encontrar pessoas recorrendo a essa prática, que, segundo especialistas e a própria Anvisa, apresenta riscos reais à saúde. Um estudo publicado no Jornal Britânico de Dermatologia demonstrou que esses dispositivos podem emitir até 1,5 vezes mais radiação UV do que o sol do meio-dia durante o verão.
Cláudio Carlos Cardoso, dermatologista e professor da Faculdade de Medicina de Açailândia (IDOMED Fameac), reforça que os riscos do bronzeamento artificial são reais. “Quando falamos em radiação UV, é importante destacar que ela pode causar danos diretos ao DNA das células da pele, provocando mutações que aumentam o risco de desenvolvimento de cânceres, como o melanoma e os carcinomas de queratinócitos, incluindo os de células escamosas e basocelulares”, enumera.
Além do câncer de pele, outras doenças podem ser desenvolvidas devido à exposição do organismo às câmaras de bronzeamento artificial. Cláudio explica que essa radiação acelera o envelhecimento cutâneo, promovendo a formação de rugas e manchas escuras, conhecidas como lentigos solares. Além disso, a prática pode causar lesões oculares e aumentar o risco de catarata, devido à absorção da radiação pelos olhos. A longo prazo, os danos cumulativos à pele comprometem sua função de barreira e aumentam a predisposição a infecções e outros problemas dermatológicos.
Bronzeamento seguro
O especialista afirma que é possível obter uma pele bronzeada sem a necessidade de exposição direta à radiação UV. “Produtos como autobronzeadores e loções tonalizantes oferecem essa alternativa. Os autobronzeadores garantem uma coloração uniforme e temporária, sem os riscos associados à exposição prolongada ao sol forte. No entanto, é essencial tomar alguns cuidados, como escolher um produto dermatologicamente testado e aplicá-lo de maneira uniforme sobre a pele limpa e hidratada, evitando manchas. Além disso, o uso de protetor solar continua sendo indispensável para proteger a pele dos efeitos nocivos da radiação natural ao longo do dia. Dessa forma, é possível conciliar estética e saúde”, conclui o médico.
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