Nesta quarta-feira (16) haverá o retorno às aulas nas escolas que ainda estavam em greve no Bico do Papagaio, sendo que a maioria já retomou suas atividades de forma gradativa.
Em Augustinópolis, os alunos de ensino médio aguardam a retomada das aulas no Colégio Estadual Manoel Vicente de Souza, unidade escolar que ficou mais tempo em greve.
Alunos reclamam
A maioria dos estudantes compreendem o caráter da greve, mas ressaltam que foram extremamente prejudicados. “Com a greve perdi aprendizado, em razão de ter sido longa. Não apenas eu, mas todos os alunos da unidade escolar. Os professores estavam certos em parar de trabalhar por não receber, de qualquer forma, e o governo foi o principal responsável por tudo isso não cumprindo seu dever”, diz Alécio Almeida, 17 anos, estudante do 2º ano no Colégio Estadual Manoel Vicente de Souza.
Já Guthemberg da Silva, 18 anos, estudante do 3º ano também do Colégio Estadual Manoel Vicente de Souza, ressalta que a greve o prejudicou em vários aspectos, principalmente no aprendizado. “Não vamos conseguir aprender tantas coisas em tão pouco tempo. Essa situação poderia ter sido evitada”, reclama, concluindo que as autoridades responsáveis preferiram esperar três meses para decidir algo que deveria ter sido resolvido em pouco tempo.
Outra aluna que se manifestou bastante insatisfeito com a longa greve foi Lindacy Sampaio, 18 anos e estudante do 3º ano da mesma escola. “Infelizmente, os alunos acabam sendo os principais prejudicados e mais ainda quem está prestes a fazer vestibular” lamentou, recordando que os estudantes do 3º ano do ensino médio, precisariam de mais do apoio dos professores. Por outro lado, ela reconhece que a greve é necessária e protesta afirmando que enquanto não houver representantes que valorizem a educação e a saúde o país continuará no mesmo caos. “Estudar é importante, mas o professor precisa ganhar um salário digno para se dedicar melhor ao seu trabalho”, conclui.
Período
A greve iniciou no dia 10 de agosto, permanecendo por mais de noventa dias.
Os servidores públicos reivindicavam:
– Reajuste de 9,83% do piso ao teto, de forma integral e na folha de pagamento de setembro de 2016;
– Retroativos da data-base de 2015 no exercício de 2017, em quatro parcelas mensais e iguais, com inclusão na folha de pagamento de dezembro de 2016;
– Pagamento dos retroativos da data-base de 2016, em 04 parcelas mensais e iguais, com inclusão na folha de pagamento de janeiro de 2017 até a folha de pagamento de abril de 2017.
Resultado
Em assembleia geral realizada nesta quinta (10), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet) anunciou acordo com o governo estadual que trata do pagamento da data-base.
A educação determinou os seguintes encaminhamentos:
– Jurisdição da pauta financeira da categoria (passivos);
– Calendário de reposição unificado;
– Calendário de reposição deve ser aprovado pelo Conselho Estadual de Educação;
– Início do ano letivo de 2017 só após a conclusão do ano letivo de 2016;
– Devolução do dinheiro referente ao corte de pontos efetivado de forma ilegal na Operação Tartaruga.
De acordo com José Roque, presidente do Sintet, se o governo não cumprir o acordo a greve pode ser retomada.
A desembargadora Etelvina Maria Sampaio Felipe, do Tribunal de Justiça do Tocantins, recebeu o “Mandato de Injunção”, encaminhado pelo Sindicato dos Servidores Públicos no Estado do Tocantins (SISEPE-TO) contra o governador Marcelo Miranda, para determinar que ele encaminhe à Assembleia Legislativa o projeto de lei que concede a data-base aos servidores do Tocantins. O governador tem dez dias para se explicar à Justiça.