O salário mínimo não subiu acima da inflação pela primeira vez desde 2003, no início da série medida pelo Dieese. Começou a valer no dia 1º o novo salário mínimo nacional. De R$ 880, o valor passou para R$ 937: um reajuste de 6,48%. No entanto, o reajuste teve a mesma variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O maior aumento real foi em 2006, de 13,04%. O menor foi em 2016, de 0,36%.
Segundo o Dieese, com o novo valor de R$ 937 e considerando uma taxa mensal da inflação medida pelo INPC para dezembro em 0,05%, o salário mínimo terá acumulado ganho real de 77,17% desde 2003.
Impactos na economia
O Dieese estima que 47,9 milhões de pessoas têm rendimento referenciado no salário mínimo. A elevação do mínimo corresponde a R$ 35 bilhões de incremento de renda na economia e R$ 18,865 bilhões de aumento na arrecadação tributária sobre o consumo.
Previdência
O peso relativo dos benefícios de até 1 salário mínimo é de 48,3% e corresponde a 68,6% do total de beneficiários, segundo o Dieese. O acréscimo de cada R$ 1 no salário mínimo tem impacto estimado de R$ 300,7 milhões ao ano sobre a folha de benefícios da Previdência Social. Assim, o impacto do aumento para R$ 937 (variação de R$ 57 em relação ao salário mínimo anterior) significará custo adicional ao ano de cerca de R$ 17,142 bilhões para os 23,13 milhões de beneficiários.
Empregados
Entre os 12,2 milhões de empregados, o impacto anual decorrente do aumento é de R$ 9,049 bilhões. O impacto entre os 8,6 milhões de trabalhadores por conta própria é de R$ 5,872 bilhões. Já entre os 3,8 milhões de trabalhadores domésticos é de R$ 2,809 bilhões.
Cesta básica
Com o valor do salário mínimo em R$ 937 e a cesta básica de janeiro estimada em R$ 435 na cidade de São Paulo, o salário mínimo teria poder de compra equivalente a 2,15 cestas básicas, segundo o Dieese. Levando em conta a série histórica que relaciona as médias do salário mínimo e da cesta básica anuais, o levantamento mostra que a quantidade de 2,15 cestas básicas corresponde ao maior valor verificado desde 1979.
Regiões
Entre os ocupados, o salário mínimo teve maior força nas regiões Norte e Nordeste em 2015. No Norte, 40,9% recebiam até 1 salário mínimo e 36,5% mais de 1 até 2 salários. No Nordeste a proporção era de 54% e 30%, respectivamente. No Sudeste 18,1% recebiam até 1 salário mínimo e 45% mais de 1 até 2 salários. No Sul a proporção era de 16% e 44,1%, respectivamente. No Centro-Oeste era 20% e 41,4%. No Brasil, a média era de 28,3% e 40,3%, respectivamente.