Vereadores querem saber quem são os secretários de Assis Ramos

Lei obriga prefeito a informar nomes e declarações de bens dos

nomeados.

Situação insólita e desgastante no relacionamento entre os

poderes Legislativo e Executivo municipais. Com 38 dias de

governo, a Câmara Municipal de Imperatriz ainda não sabe

oficialmente a relação completa dos secretários que foram

nomeados pelo prefeito Assis Ramos.

Vereadores denunciam que gestores apenas indicados estariam

respondendo por algumas pastas como titulares, o que fere os

princípios legais que regem a administração pública.

O vereador Ricardo Seidel (Rede) formalizou pedido à Mesa

Diretora da Casa solicitando informações ao prefeito sobre os

nomes dos secretários já nomeados e suas respectivas

declarações de bens.

A informação, não oficial, que a Câmara tem é de que Assis

Ramos ainda não completou a lista do secretariado. Quase

metade dos indicados dependia de liberação de seus órgãos de

origem (estado e União) para assumir os cargos.

“Visitei as secretarias e conheci alguns ‘secretários’, mas para

surpresa minha quando abria os jornais via que alguns eram

apenas indicados, mas estavam respondendo pelas secretarias”,

relatou Seidel.

Para comunicar da visita ao Hospital Municipal (Socorrão), na

tarde de terça-feira, 7, por exemplo, foi difícil até para os

membros de uma comissão de vereadores entrar em contato

com o secretário de Saúde (o nomeado, porque o indicado nunca

assumiu), pois os próprios vereadores não sabiam seu nome.

Desrespeito à lei

A Câmara Municipal aprovou em 2016 lei de autoria do vereador

Chiquin da Diferro (PSB), hoje vice-líder do Governo, tornando

obrigatório o envio de relação de secretários e suas respectivas

declarações de bens.

O vereador Aurélio (PT) disse que essa desinformação fere os

princípios da administração, da legalidade, da moralidade e da

transparência. “É constrangedor, pois nem os próprios

vereadores sabem os nomes dos secretários, imagina a

população”.

“O que me preocupa, é que os secretários não nomeados estão

dando ordem nas secretarias”, desabafou o vereador João Silva

(PRB).

“Todo ato quando não tem competência, é nulo”, afirmou o

vereador. “O ato administrativo tem cinco características, três o

torna nulo de imediato e duas, passível de nulidade. Uma dessas

características é a competência de quem pratica o ato”.

Segundo o vereador, a sensação do povo é de que não há

prefeito na cidade. “É como se o cara casou, pegou a mulher e

não sabe o que fazer com ela”.