A Polícia Federal interditou uma clínica de reabilitação em Araguaína, norte do Tocantins, nesta segunda-feira (10). A operação aconteceu depois que a polícia recebeu uma denúncia anônima de que o local não tinha o alvará de funcionamento. Além disso, internos estariam sofrendo maus-tratos e sendo mantidos em cárcere privado.
A clínica fica no setor Nova Araguaína. A dona do estabelecimento e quatro funcionários, além dos internos, foram levados para depor na sede da Polícia Federal. Um micro-ônibus da Polícia Militar foi usado para o transporte. Os depoimentos duraram toda a tarde e início da noite.
A irmã de um dos internos disse à reportagem da TV Anhanguera que não podia ficar sozinha com o parente durante as visitas. Ela contou que pagava R$ 1 mil por mês para que o irmão se recuperasse do vício das drogas, mas ao invés disso ele teria começado a sofrer maus-tratos.
“Questionei essa história de a gente não poder ficar com ele só. Ela disse [a dona] que não e eu me calei. Mas não senti segurança”, disse a dona de casa Rosa Souza.
A denúncia foi confirmada por internos que pediram para não ser identificados. “Bateram na cara, amarrava nas camas [sic]”, disse um jovem. “Já apanhei demais. Uns seguravam aqui atrás e três batiam na frente, em cima do estômago e no rosto”, contou outro interno.
A reportagem não conseguiu contato com os donos da clínica, pois eles estavam sendo ouvidos pela Polícia Federal. O G1 não conseguiu falar com o delegado, que estava ouvindo os envolvidos até a publicação desta reportagem.