Atendimento psicológico para viciados em jogos de azar cresce mais de mil por cento

de qualidade de vida. “O vício em apostas pode inclusive colocar a vida do dependente em risco, porque muitos deles contraem dívidas com agiotas e, não conseguindo pagar essa dívida perigosa, são ameaçados de morte”, avalia o psicólogo. 

Os sintomas comportamentais e emocionais do vício em jogos de azar incluem: preocupação excessiva com jogos; aumento da frequência e do tempo dedicado ao jogo; tentativas de recuperação de perdas financeiras; atos ilegais para financiar o vício; sentimentos de ansiedade, irritabilidade, depressão e desespero, relacionados às apostas online. 

Intervenção e tratamento

Em São Luís, a acessibilidade aos jogos clandestinos agrava a situação. Jogos de aposta online são uma prática comum na cidade, e a popularidade crescente desses jogos intensifica o problema. “A busca por enriquecimento rápido e arriscado leva a pensamentos irracionais e à crença fantasiosa de que se pode vencer, aprisionando a pessoa em sua ansiedade”, alerta Cruz. A falta de campanhas educacionais e políticas públicas para combater essa prática contribui para o aumento dos casos de vício em jogos de azar.

Quando uma pessoa está sofrendo as consequências da perda financeira, como ansiedade generalizada e descontrolada, é crucial procurar ajuda. O primeiro passo é a intervenção psiquiátrica, com consulta a um especialista, que pode avaliar o tratamento da ansiedade e do vício sob o ponto de vista químico. “O tratamento é multifacetado e envolve uma equipe interdisciplinar. A psicoterapia, associada à psicofarmacologia, é essencial, além do apoio familiar e dos amigos”, afirma o psicólogo Alexandro Cruz.

Além disso, as políticas públicas também desempenham um papel importante. O tratamento em centros específicos para adicções (vícios), como os CAPS e clínicas particulares, oferece um ambiente de recuperação intensiva. “Essas instituições ajudam a pessoa a refletir, acompanhar e se instrumentalizar para lidar com a ansiedade e evitar recaídas futuras”, conclui o psicólogo.

A história de Ana é um lembrete de que o vício em jogos de azar pode destruir vidas, mas com apoio e tratamento adequado, é possível superar essa luta. Hoje, com o apoio familiar e a participação em grupos de apoio, Ana está determinada a ser uma mãe melhor e a reconstruir a confiança perdida em si própria. “Compartilho minha história para alertar sobre os perigos dos jogos de azar e encorajar a busca por ajuda”, finaliza.