Desde a gravidez é possível estreitar a relação. Veja atividades que ajudam nisso antes e depois do nascimento do bebê
Deborah Secco, depois que teve a sua primeira filha Maria Flor, deu uma declaração considerando frustrante sua experiência como mãe. “Ninguém me avisou que a criança não dá amor no primeiro mês!”, disse a atriz.
A psicóloga do Hospital e Maternidade Santa Joana, Mariana Bonsaver, diz que essa sensação pode ser comum quando a mulher se torna mãe: “A maternidade é um momento muito desejado, porém idealizado.”
Por isso, Mariana diz ser importante se conscientizar do papel real de mãe e perceber que pode ser diferente do idealizado na gravidez. “Inicialmente, o bebê demanda muita atenção, porém dorme bastante e pode não interagir da forma que a mãe idealiza e espera”, comenta ela.
Além de ser importante para a mãe nos primeiros meses, a psicóloga Salete Arouca explica que o vínculo com a mãe também é importante para o bebê, “pois faz com que ele se sinta desejado e amado, o que é fundamental para que ele continue se desenvolvendo de forma harmoniosa e saudável.”
Conversar com o bebê dentro da barriga e fazer carinho são maneiras de estreitar a relação entre mãe e filho desde a gestação. Decidir o nome e montar o quartinho da criança são outras as sugestões de Mariana, para que o elo seja construído desde o início.
Depois do nascimento
Depois que o bebê nasce, mesmo nos primeiros dias, já é possível perceber o envolvimento. As psicólogas sugerem que se preste atenção na expressão facial e garantem que a troca de olhares é um sinal de afeto.
Uma das principais formas de integrar esse laço é a mais rotineira delas: a amamentação. “É o momento mais importante, pois é quando são estimulados mecanismos sensoriais, hormonais, fisiológicos, imunológicos e emocionais. Na amamentação, o bebê procura o olhar da mãe e busca seu toque”, explica Salete. Mas se a mãe não puder amamentar, ela diz que o ato de alimentar o filho já promove proximidade, afeto e segurança
Além da amamentação, Mariana comenta que a conversa e carinho também são atitudes que a mãe pode tornar um hábito para ajudar a deixar o vínculo mais forte entre os dois, depois do nascimento.
A amamentação é uma das principais atividades para aproximar mãe e filho
O cansaço, típico dos primeiros meses, também pode impedir que a mãe curta a maternidade de um jeito bom. “É importante que a ela tenha seu período de descanso, dividindo os cuidados com o recém-nascido com seu companheiro ou com outros familiares. Com isso, a mãe pode estar com o neném de forma mais concentrada e relaxada, diminuindo a sensação de irritação e frustração causada pelo cansaço inicial”, indica Salete.
Se ainda assim, nos primeiros meses você não sentir um laço forte com o seu filho, não se preocupe: “A vinculação pode ser gradual e se fortalece ao longo do primeiro ano de vida do dele, a partir do aumento da interação entre ambos e das respostas do bebê”, explica Arouca.